Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Ana Moura
Olhas p'ra mim com esse ar reservado
A estoirar pelas costuras
Nem sei se estou em Lisboa
Será que é Tóquio ou Berlin?
Tu não me olhes assim!
Porque o teu olhar tem ópio
Tem quebras nos equinócios
Pitadas de gergelim
Mas se isto é fado
Ponho o gergelim de lado
Vou buscar o alecrim
E tu sempre a olhar p'ra mim;
Como se alecrim aos molhos
Atraíssem os meus olhos
Não tenho nada com isso
Alguém que quebre este enguiço
Que eu não respondo por mim
E já estou, quase a trocar o mal pelo bem e o bem pelo mal
Se isto é fado, não é um fado normal
A trocar, o mal pelo bem e o bem pelo mal
Não é um fado normal
Vou por lugares nunca dantes visitados
E há que ter alguns cuidados
Porque bússola não há
E baralham-se os sentidos
Se andamos ao Deus-dará
Sem sentinelas nos olhos
Vou confiar no ouvido
E nada vai estar perdido
Mas se isto é fado
Vou entristecer o quadro
P'ra tom de cinza acordado
Que eu não quero exagerar;
No meio do nevoeiro
Teimo em ver o teu olhar
Que sei não ser derradeiro
Alguma coisa se solta
Que talvez não tenha volta
E já estou, quase a trocar
O mal pelo bem, e o bem pelo mal
Se isto é fado
Não é um fado normal
A trocar, o mal pelo bem e o bem pelo mal
Não é um fado normal
Se isto é fado
Se isto é fado
Não é um fado normal