Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
Mão Morta
A raiva homicida
Que vem na bebida
Dos tristes sem lar por que lutar
É prosa fiada
Em mesa dourada
É sonho sem ar para respirar -
Demência sem jeito
De um rumo desfeito
Num barco sem mar para navegar
Mas barco sem uso
Não cai em desuso
Na tralha sem fim do meu jardim
Nas tardes de inverno
As brumas da chuva
Revelam temores da razão
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos
Em covas ocultas
Pelo chão
No meio de escombros
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão
Se o musgo não medra
Na estátua de pedra
À luz do luar, junto ao altar
Emana da terra
Um grito de guerra:
É tempo de dar sangue ao lugar!
Sepulcros abertos
Sentidos despertos
A fé de matar a latejar
Impõe-me o destino
Pôr novo inquilino
Na tralha sem fim do meu jardim
Nas tardes de inverno
As brumas da chuva
Revelam temores da razão
Erguendo os defuntos
Que moram, secretos
Em covas ocultas
Pelo chão
No meio de escombros
Carcaças de carros
E restos de amores
De verão