Intimidando O Everest

[Letra de "Segunda-feira" de Carpe Diem]

[VERSO 1]
Contrariei os céticos, o Hip-hop está vivo
Dou garra nisto, a velha escola finge que eu não existo
De modo gratuito, espalho o verbo que nem Cristo
Já visualizo os putos a levarem-me num crucifixo
Rap angolano é uma puta num bordel que não rende
Ninguém assume a culpa, mas ser real não vende
São Tantos os que venderam-se, baixaram e lambem pénis
E quem não tem rima culta atira o primeiro ténis
Muitos questionam o meu rap, pregam que é só léxico
Mas sei que os deixo perplеxos com o poder do verbo
Não cuspo verborrеia, sou calculista quando escrevo
E intimido o Everest sempre que saio do ermo
Eles queriam ver-me como um
Desses palhaços desinformados que ligam o mic e mandam rima comum
Querem-me numa mesa farta a trair o jejum
Mas eu e o resto dos putos não temos nada em comum

[Refrão]
Não temos nada em comum (2x)
Mas eu e o resto dos putos não temos nada em comum

[VERSO 2]
Nem que cheguem milhares, não me esqueço dos primeiros
Ainda caço novos termos que rimam com Mono Stereo
A gratidão é uma virtude, não sou ingrato
Props pro Thornado que me fez sair do quarto
Saí da rima de inocência à rima de desobediência
Engatilhei a palavra e disparei com competência
Com uma Mixtape lembrei-vos a diferença
Entre um poser weak e um rapper por excelência
O que eu ganhei é muito meu, anda aqui ninguém tira
Com uma faixa conquistei o love de quem me inspira
Chega de tretas, amiguismos e mentiras
Deixem passar o underground, abram alas pra quem cria
Quando anuncio um projeto vos deixo introspetivos
Pois eles sabem a exclusivo e puramente nutritivos
Com eles te alimento cuspindo no teu espírito
Os dos outros lamentam-se, são como um feto interrompido

[Refrão]
Não temos nada em comum (2x)
Mas eu e o resto dos putos não temos nada em comum