[Intro]
Nada dura para sempre
E como alguém já disse (tenho de olhar para as estrelas)
Se não deu certo foi porque Deus não quis
Deus ou alguém
[Verso 1]
Lembro-me de ver a minha avó sentada no sofá da sala
A escrever num bloco de notas muito mais do que falava
Andava horas atrás dela
Mais eu via, mais perguntava
Mais achava que não sabia, mais ela ajudava
Eu quero acreditar que isto de rimar é como herança
Mas lá em casa ninguém vai na minha dança
A minha mãe só me diz
Que nem mãe decente arranjei para a criança
E por mais que ela tente
Não lhe inspiro confiança
Então, tiro a mudança, ponto morto
Ou o meu corpo se lança
Ou encho o bloco todo
Eu tenho o block todo a ligar para mim
A perguntar onde é que eu tou
Onde é que eu vou assim
Eu vou até onde a caneta deixar de escrever
Há quem reze porque tem
Há quem reze para ter
Há quem não reze
Mas também há quem reze sem saber
Que Deus nunca vai aparecer
[Refrão]
Eu fico a galar as estrelas
A pensar que um dia vou tê-las na mão
Mas ao tê-las vou enfraquecê-las
Irão perder todo o brilho em questão
Eu fico a galar as estrelas
A pensar que um dia vou tê-las na mão
Mas ao tê-las vou enfraquecê-las
Irão perder todo o brilho em questão
[Verso 2]
Na escola a stora dizia "antes de falares conta até 10"
Eu ficava com uma azia, nem respondia
E sempre que chegava ao fim da contagem
Contava outra vez
E mesmo assim nunca lhe falava como ela queria
A minha mãe educou-me
Eu é que nunca fiz caso
Quando vou a casa
Tomo banho, como e bazo
Não curto atrasos de vida
Vivo numa corrida
E tu só entras num compasso se te derem um atraso na batida
Querida, eu também queria que isto fosse um conto de fadas
Mas a ponte que nos une tem as luzes apagadas
Sei que o fumo que eu fumo
Não é das coisas que tu achas mais piadas
Mas se achas que eu vou mudar
Não quero que vivas enganada
Com esperanças num mundo cor de rosa
Quando eu só te posso dar um céu azul e uma prosa
Uma vista à beira mar
Uma conta para pagar
Eu e tu juntos até à hora que combinei gravar
[Refrão]
Eu fico a galar as estrelas
A pensar que um dia vou tê-las na mão
Mas ao tê-las vou enfraquecê-las
Irão perder todo o brilho em questão
[Bridge]
Então deixo-as ficar no céu
Sem lhes tocar
Porque quando eu vou e toco
Perde o brilho
Um dia é dedo no gatilho
E sem pensar, eu próprio faço com que eu perca o brilho
Era mais justo
[Refrão]
Eu fico a galar as estrelas
A pensar que um dia vou tê-las na mão
Mas ao tê-las vou enfraquecê-las
Irão perder todo o brilho em questão
Eu fico a galar as estrelas
A pensar que um dia vou tê-las na mão
Mas ao tê-las vou enfraquecê-las
Irão perder todo o brilho em questão