Levamos a vida a tratar amigos como irmãos
Primos como irmãos, mas ninguém vê as minhas lágrimas
Para mim tá sempre tudo bem e a vida leva-me pelas mãos
Só não me quero perder nos baralhos e nas máquinas
Pelos atalhos, pelas páginas em branco
Mais de mil trabalhos e nem sequer mil no banco
Mais uma noite drunk, a folga passa num instante
A passa baza num instante, viver é viciante...
Acredita, quando eu quero e tenho vontade
Nem que caia o karma e a trindade, um desarme de qualidade
Eu vou com tudo e tudo é tudo o que eu tenho
Não vou ficar em mute, nem volto à falta de empenho
A falta que eu tenho em dizer tudo o que eu não disse
É estranho querer voltar atrás como se eu fosse capaz disso
Mas capaz disso e muito mais, eles querem beef e algo mais:
Eles querem carros, querem putas, querem orientar os pais
Enquanto tiver sinais vitais eu quero algo mais especial:
Eu nunca fiz para viver disto e vivo isto há 20 e tal
Tu não mudas, no máximo limas arestas
No mínimo eles dão o máximo para provar que tu não prestas
Só és bom se fores amigo de um primo desses rappers
Eu rimo, mas não vim para ser o cartaz das vossas festas
Uma paz que não detectas, as coordenadas certas
Eu já sou feliz a rimar noites completas
Noites repletas duma solidão insólita
Uma inspiração melódica, que me leva a outra órbita
Que me leva a outro lado, nem metade do que escrevo está gravado
Nem metade do que eu devo foi saldado
Fechado, senti saudade da família à liberdade
Posso nunca ter mudado mas a pequena é prioridade
Tenho a dizer a essas mães: filhos não são propriedade
Cada filho é um reflexo da forma de como é tratado
Da forma de como é criado pelo casal separado
E se cada lado puxa para um lado, caldo entornado;
Mas isso é outro fado, outra conversa, outro facto
Se tivesse sido com a Vanessa talvez tivesse orientado...
E eu hoje nem penso nisso, na altura era tudo novidade
Era a desculpa da idade...
Hoje a idade já não serve de desculpa
Quem propôs a felicidade não se preocupa
O caminho, na verdade, é que nos educa
Nesta curta-metragem, uma viagem brusca (2x)
Uma passagem curta com erros a mais, desesperos a mais
Foram merdas a mais, para hoje ver um sorriso dos meus pais
Mas nunca é tarde demais para pensar na life
Mais uma vez ando sozinho dou por mim a caminho do drive
Voltas e mais voltas para não voltar aquilo que era
Quem espera sempre alcança mas já cansa tanta primavera
Quem vive á espera da herança, não tem noção do que enterra
Não tem visão, não sente amor, só um coração de pedra
Todo o homem erra, peca, se não chove a erva seca
Quando nada me move, acabo a noite a dividir uma com o Zeca (?)
Esta fúria de merda, só lamúrias e guerras
Uma vontade de correr o mundo, sem ter força nas pernas
Mas eu vou na estrada, sem alargar a passada
Cabeça levantada, a pensar, onde é que errei
Se aumentar a parada, posso vir a não ganhar nada
Mas ver um sorriso dela faz-me sentir rei
Faz-me sentir bem, eu só sou um zé-ninguém
Um 100nome a querer chegar além
Viver num vai e vem, mas no fim não convém
Baixar os braços com o pouco que a gente tem
Hoje a idade já não serve de desculpa
Quem propôs a felicidade não se preocupa
O caminho, na verdade, é que nos educa
Nesta curta-metragem, uma viagem brusca (3x)
Desculpa da Idade was written by SUBTIL.
Desculpa da Idade was produced by Praso.
SUBTIL released Desculpa da Idade on Sun Oct 07 2018.