Siao

[Verso 1: MLK]
Siao, a Terra Prometida, Shiva
Contado ninguém acredita
Tem de ser vivido
Mesmo vivido às vezes
Ainda há ainda quem duvida
Não temos solução
Se não sair daqui
Procurar outro lugar
A ocupar por aí
Aqui ainda há esperança
Mas toda ela é consumida
Todos estamos no fundo
Não há quem admita
Aquilo que urge agora
É mudar de paradigma
A democracia
É uma fase que insiste
Em ser mantida
Por quem se dá bem com
Ela, por fazer fortuna
Porque a maioria aplica
A sua ditadura
Porque é que só se acusa
Aqueles que têm a verdadeira culpa
Porque é que não há um tribunal
Que os julga
Se nós somos mais
Porquе é que isto não muda
Contado ninguém acredita
Que еstamos em luta
Contra este governo
Contra estes bancos
Contra estes tempos
99 contra 1%
Envenenados
Por um quadrado
Luminoso
Este veneno é
Do mais perigoso
Ópio para o povo
Adormecer no ócio
É colorido o mundo
Do fanatismo económico
Luta pelo poder
Na floresta da vida
No pulmão do planeta
Vence quem melhor respira
Quem bem a respeita
Por sabê-la mãe
E pai
Sabe de onde vem
Onde está
Sabe para onde vai

[Refrão: Shiva]
À terra prometida sei que vou chegar
Usando a utopia porque não sonhar
Do fim para o início
Um novo olhar, um novo espírito Zion

[Verso 2: MLK]
Cantado ninguém quer saber
Ninguém quer ouvir
E o que é que isto quer dizer
Nem quero medir
Mas penso outras maneiras
Acendem-se outras velas
Vamos fazer-nos entender
Por alguma delas
Quem é acredita
Ao menos na poesia
Pelo menos poetas
Suas obras completas
Duma simples vida
Duma vida simples
Contado ninguém acredita
Que isso existe
Ter de viver a juros
Mitologia da urbe
Saltemos estes muros
Que nada mais nos segure
Passam os séculos
Após o vigésimo
Já vivemos de trocas
E agora é de créditos
Não são empréstimos
O que pedimos são meios
Para poder ter um tecto
De jeito
Mas não vamos pedir
Pelo menos para já
Vês o horizonte
Caminhamos para lá
Eles não nos querem cá
Mas querem o nosso anel
Mas somos nós as fundações
Da nova Babel
Representamos o futuro que eles
Não querem
Trazemos a verdade e a justiça
Que eles temem
Somos capacidade
Imigração
Estamos entre o céu e a terra
E a 7 palmos do chão
No nosso panteão
Guardamos os bravos
Construíram o presente
Que nós abraçámos
O caminho não é seguro
Mas é o caminho certo
O único viável
É continuar o trajecto
Desses mentores
Arquitectos
Sacrificaram uma vida
Para edificar o projecto
Falo dos Utopista
Cujobra nos inspira
A sair do conforto
E fazer a investida
Marchar dançar
Ao ritmo da batida
Construir neste lugar
A terra prometida

[Refrão: Shiva]
À terra prometida sei que vou chegar
Usando a utopia porque não sonhar
Do fim para o início
Um novo olhar, um novo espírito Zion