Máquina do Tempo

[Verso]
Recorda-me uma história
Em que me vi envolvido
Passada no futuro
De luta, de optimismo (activismo)
As lutas no presente
Para lá evoluindo
Vão recuperando povos
Há muito tempo submissos
Ocidente meditando
Acidentes políticos
Citando "sim, nós podemos"
Escândalo
Fuga de informação
Diz o que era sabido
Agora é oficial
Mas não vai ser discutido
Erros reais
Não são erros discursivos
Queremos penas capitais
Anti-capitalismo
Agora é publicado
O que estava escondido
Eles mostram-te na bolsa
O resultado de um sismo
De uma revolta
Sem saída
Não vês nenhuma?
Então e a vida?
Vale quanta guita?
Merda de sina
Ter de viver com uma doença
Para a qual não há vacina
Vejo a Educação
Como um problema
Principal a resolver
A importância de dar a conhecer
Pais, não têm tempo
Nem em folgas
Avós longe dos netos
Juventude sem memória
A família é um negócio
Num mundo que decresce
Afastar as famílias
É o negócio do lar e cresce
Perigo, a verdade do opressor
Reside na consciência
Do oprimido
Cito Hegel
No tempo em que viveu
Com o que conheceu
Descodificar um
Problemático EU
Nós é que somos loucos
Descendemos de ORPHEU
Sem acreditar em Deuses
Não somos ateus
Procuramos a fundo
Sem fundamentalismo
Vamos pelo extremo
Sem recorrer a extremismos
Só para conhecer
Outros pontos de vista
Pois de todos eles juntos
Depende a reconquista
Sou narrador
Mas isso é aqui
Tenho saudades de um futuro
Em que nada disto era assim
Lutar pelo melhor
Pela paz morrendo
É triste ver que o meio
Tem de ser violento
Para ter resultado
Para dar voz ao que sempre é posto de lado
Desvalorizado
Ver como o mercado
É financiado
É imoral mas legalizado
Só metade dos países
É que estão representados
Qual a legitimidade
Desse Fundo Monetário?
Vão por cima de ti
Para cumprir o calendário
Nem tido nem achado
Chamam-te otário
Quem são, não importa
Não vêm por rebuçados
Vêm pelo teu salário
Por não produzires bens caros
Abundantes mas raros
Progredimos numa queda
Para a qual não haverá amparo
Não acredito no progresso
Mas a ideia é unanime
Expliquem-me Stone Hange
As pirâmides
Juntos viajando
Nesta jangada de pedra
Mandaremos borda fora
O que não serve
O secundário
Dinheiro falso
Decidir entre a liberdade
Ou o protectorado
Ser livre nos escombros
Ou em segurança ser escravo
Faz a tua escolha
A ela és obrigado
Mais vale agira agora
E fazeres o teu estrilho
Do que deixar as sobras
Caírem sobre o teu filho
Falo para a Humanidade
É nela que acredito
Na parede do tempo
Deixarei isto escrito
Isto é só o começo
Fala a minha consciência
Falará quem mais que eu
Tem poesia e ciência
Espero esperançar
Depois de escandalizar
Testar a tua indiferença