[Verso 1: Insano]
Não aguentaram 20 anos de ações afirmativas
Pare de ser prepotente, pare de ser vitimista
Negro é só vitória, nasceu pra liberdade
Feito os 53 africanos que tomaram Amistad
Navio espanhol para o tráfico negreiro
Vermes que trocavam humanos por dinheiro
Escravidão era lei a desculpa da época
Nunca se tratou de lei, a questão sempre foi étnica
Pela pigmentação, desrespeito pelo turbante
Não sabe que nos cabelos tem uma revolta gigante?
Uma historia rica resistente feito teia
A luta e a força que transita em sua veia
Não basta se empoderar, revolução não é singular
Não é apenas na cor que deve se identificar
Conhecimento e união, será nossa defesa
Mas é difícil libertar quem tem a mente presa
Onde o sistema corroeu
Tá dentro da Matrix, mas As Margens é Morpheu
Enfrentando 500 anos de atraso
E você racista, com os seus argumentos rasos
Querendo desmerecer, atrás de um smartphone
Na rua anda com medo, toda sua coragem some
Salve Angela Davis, tornou-se fugitiva
Apenas por querer a liberdade em sua vida
Caçada, torturada, presa naquele momento
Não fraquejou foi de Black pro seu julgamento
Isso é o que todo negro quer, e luta
Por logos 500 anos ele vem e me insulta
Me forja, me bate, me xinga, tira meus direitos
Tira o meu emprego, educação e é reeleito
Então, não importa qual o governo
O meu destino sempre será o mesmo
{Refrão]
Vou ser sempre o neguinho, vou ser sempre o suspeito
Habitando as favelas, as vielas e os becos
Rap bate no peito, arma da minha guerra
Enquanto a boca grita, o meu coração berra
Vou ser sempre o neguinho, vou ser sempre o suspeito
Habitando as favelas, as vielas e os becos
Rap bate no peito, arma da minha guerra
Enquanto a boca grita, o meu coração berra
[Verso 2: Will]
Na dança com pomba gira, sua mira me finta e erra
Sou aquele que abre caminhos um guardião dessa terra
As leis do homem segrega, agrega seus interesses
Falácias, falsas promessas, conheço os seus facetes
Cacoete do acumulo, insumo sem sucesso
Pra ter o que não preciso, inté mato é sem mistério
O povo está estéreo, mono nas idéias
Nos reservam um caminho de fome, guerra e miséria
O sangue pela favela é uma fita decorativa
Expõe a extrema maldade pra banalizar a vida
Hoje o morto da esquina não era da minha família
No caixão podia ser eu, engrossando a estatística
Pra tirar o fio da espinha, sair do fio da faca
Não existe outro jeito, só enfrentado a batalha
Empunhe a espada, como fez Marighella
Filho de Ogum, guerreiro, pronto para a guerra
O estado é laico mas impera hipocrisia
Bancada evangélica, mãe de santo demoniza
Resulta na sangria, ódio multo disseminado
Terreiros incendiados em nome desse estado
Querem o povo cegado pelo livro da salvação
Amantes da escravatura, mantendo a endolação
Endossando a nação com futebol e ignorância
Seja nação Zumbi, e não entre nesta dança
Sulista e derradeira que abraça preto por IBOPE
Nos mantém entorpecido, atacando carro forte
Nos induzem a morte, povo preto escute isso
Ouça seus orixás, pois eles tem um aviso
Na favela é muito pranto, pra pouco acalento
Vitimas do extermínio, voraz, a todo tempo
Visão de quem tá dentro, embasando argumentos
É pouco pai de santo, pra muito sofrimento
Olha lá o neguinho, ele é um suspeito
Mora na favela, só tem bandido no gueto
{Refrão]
Vou ser sempre o neguinho, vou ser sempre o suspeito
Habitando as favelas, as vielas e os becos
Rap bate no peito, arma da minha guerra
Enquanto a boca grita, o meu coração berra
Vou ser sempre o neguinho, vou ser sempre o suspeito
Habitando as favelas, as vielas e os becos
Rap bate no peito, arma da minha guerra
Enquanto a boca grita, o meu coração berra
Neguinho was produced by Whell.
As Margens released Neguinho on Thu Jun 15 2017.