Cicatrizes by As Margens (Ft. Bruna Lima)
Cicatrizes by As Margens (Ft. Bruna Lima)

Cicatrizes

As Margens * Track #3 On Poesia Preta

Cicatrizes Lyrics

[Verso 1: Will]
Ninguém nasce racista, preconceito é coisa aprendida
Eu vivo isso intensamente no meu dia a dia
Constante agonia, patifaria
A guerra invisível que condena a melanina
E nessa folia, nos chamam de macaco
Dizem que é brincadeira e continua tudo camuflado
Fardo pesado, gotas de desespero
Eu não sou racista mas minha filha não namora preto
Esse é o texto, de um pai sem valor
Família tradicional, que a igreja criou
E nesse filme de terror, temente, clemente ao mal
Eles fingem que existe, igualdade racial
Eu chego a passar mal, diante da hipocrisia
Me diz qual é a cor, que domina o setor da faxina?
Pro negro é adrenalina apenas caminhar na praia
Onde arrastos acontecem, e uma cor é massacrada
E a moça arrastada, morta pela policia
Seu nome é Cláudia e você não foi esquecida
O estado autoriza o extermínio do meu povo
As Margens não se cala, viemos pra botar fogo
Cansei de viver com pouco eu construí esse país
Nem todo reparo histórico, apaga a cicatriz
Eu já me fiz infeliz, iludido pela mídia
Seu cabelo é muito crespo, porque cê não alisa?
É um vírus que contamina a menina lá na escola
Nem faz mal você ser negra, sua beleza é exótica
Eles dizem não as cotas, argumentam de forma hostil
A nossa única chance é ficar longe do fuzil
Eu vejo morte lá no Rio, em Floripa e Cuiabá
Sangue pelo Brasil e muita mãe a chorar
Parar de lutar, Jamais, veja o cotidiano
Genocídio organizado, mais que um simples plano

[Refrão: Bruna Lima & Will]
Cicatrizes, machucam nosso peito
O sangue dos quilombos derramado nos guetos
Cicatrizes, marcas de uma tortura
Capitão do mato, hoje anda de viatura
Cicatrizes, machucam nosso peito
O sangue dos quilombos derramado nos guetos
Cicatrizes, marcas de uma tortura
Capitão do mato, hoje anda de viatura

[Verso 2: Insano]
Novela de escravo, os preto apodrece
Mas quando o rei é negro, eles os embranquecem
Bato na mesma tecla até arrebentar o teclado
Eles falam que é vitimismo porque querem os pretos calados
Já era, as panteras negras tão com ódio
Com sede de justiça prontas pra chegar ao pódio
A cada doméstica guerreira
Que atura patroa passando o dedo nos móveis pra encontrar poeira
Cada sapo engolido, cada piadinha
Quando teve seu nome, confundido com negrinha
Quando fugiu do assédio, do patrão vagabundo
A cada chorou escondido no quartinho dos fundos
A cada homem forjado, muitos da minha gente
Ficam trancados, mesmo, sendo inocentes
Miolo de pão é absorvente, as costas é seu açoite
Almoço é gororoba onde rato passou a noite
Maioria, pele escura, abandonada a vida é dura
Correndo da viatura, escondendo gramas da dura
Os de peita laranja, recolhendo lixo
Morador de rua, que é tratado igual bicho
A cada mãe solteira, ofendida sem esperança
Se sujeita a humilhação, por sua criança
Todo homem que teve macaco por adjetivo
E sabe que o apartheid permanece mais que vivo
Eu vivo isso, você também
Caçado e julgado por pessoas que se dizem de bem
A cada negão morto, só soma mais um homicídio
A nossa união, evitará o genocídio
Brasileiro, racista, não tem nada em mente
Todos nós temos sangue de, afrodescendentes
A cada erro, a cada caso isolado
Morre um preto no Brasil assassinado

[Refrão: Bruna Lima & Will]
Cicatrizes, machucam nosso peito
O sangue dos quilombos derramado nos guetos
Cicatrizes, marcas de uma tortura
Capitão do mato, hoje anda de viatura
Cicatrizes, machucam nosso peito
O sangue dos quilombos derramado nos guetos
Cicatrizes, marcas de uma tortura
Capitão do mato, hoje anda de viatura

Cicatrizes Q&A

Who produced Cicatrizes's ?

Cicatrizes was produced by Whell.

When did As Margens release Cicatrizes?

As Margens released Cicatrizes on Thu Jun 15 2017.

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