Lá fora

[FROLLO]
O mundo é mau, cruel e fraco
É só em mim em quem tu podes ter confiança
Tu só me tens a mim
Eu que te mantenho, cuido e visto
E olho p'ra ti sem ter pavor
Como posso proteger-te se tu não ficares aqui?
Fechado aqui

(falado)
Lembra-te do que eu te ensinei, Quasimodo

(cantado)
Tu és disforme

[QUASIMODO]
Eu sou disforme

[FROLLO]
E aleijado

[QUASIMODO]
E aleijado

[FROLLO]
E o nosso mundo não perdoa estes crimes
E tu não compreendes?

[QUASIMODO]
E só tu me defendes

[FROLLO]
Para os estranhos és um monstro

[QUASIMODO]
Eu sou um monstro

[FROLLO]
Vão-tе escarnecer е humilhar

[QUASIMODO]
Sou só um monstro

[FROLLO]
Por que hás de querer ouvir aleivosias?
Fica aqui, sê grato a mim

[QUASIMODO]
Sou grato

[FROLLO]
Sê fiel a mim

[QUASIMODO]
Fiel sou

[FROLLO]
Eu dito a lei mandei

[FROLLO & QUASIMODO]
Ficares aqui (Ficar aqui)

[QUASIMODO, falado]
É muito bom para mim, perdão

[FROLLO, falado]
Estás perdoado. Mas lembra-te, Quasimodo. Este é o teu santuário

[QUASIMODO, falado]
O meu santuário

(cantado)
Por trás destes muros protegidos sem querer
Olho as multidões descontraídas
Sempre, sempre a vê-las escondido sem viver
As histórias que são suas vidas

Tenho as suas caras na memória
E já sei de cor como se chamam
Toda a minha vida quis saber como será estar com eles ser como eles

Lá fora, livre como o sol
Só desejo um dia
Só desejo um, poder ser livre
Fora, vivem sem saber viver
Quero ir e saber
Como é viver aí

Lá fora vejo as gentes a viver o dia-a-dia
Vejo dos telhados da cidade
Vivem a alegria que é a minha fantasia
Não dando valor à liberdade
E sonho ser um deles livre p'ra viver

Lá fora, quero abraçar o nascer do dia
Qual homem comum que livre vive
Fora, um só dia, um, só um
Vai-me bastar p'ra viver
Recordar, reviver
P'ra sonhar e saber
Como é viver aí