[Verso 1]
Não há dúvida, a música que ouves é tua
É o reflexo em léxico, o índex de como actua
A influência que tens e o impacto que em mim tem
Garante-me que esta é tua, se ela é um bem de alguém
Sem partilhas, assumo que te pertence no total
Eu não passo de um canal, trago emoções para o real
Palpável
Quase, é discutível
Dependo dela para estar estável
Por isso ponho-a noutro nível
Restrinjo-me, não quero ser tendencioso
Reafirmo que é vosso e muito menos litigioso
Não discuto o fruto que garante o néctar ímpar
Constantemente a vincar em mim que tenho de vingar
No seio do meio que abrange o início e o fim
Deste processo somente o meio sei que me pertence a mim
Na prática meu, teoricamente teu
Reciclo um naco de energia que o teu ente me deu
[Refrão]
Eu: Apenas reajo a um redor e realço
Que actuo como voyeur no teu encalço
Tu: És a vida, o estímulo que convida
A estima contida num estigma que se consigna
Nós: Sim sim, partilhamos os louros
Juntos em elos duradouros contra agouros vindouros
É um verso imenso e peço-te que arrebentes o ingresso
Eu e tu neste processo sem um prazo para regresso
[Verso 2]
Propriedade tua basicamente por dois motivos
És tu que me motivas e és tu que me dás ouvidos
Se me influencias é porque me tocas não há cunhas
Não discutas o meu redor
Porque não calças as minhas sapatilhas
A vibração é alusiva ao diário
E o diário alusivo a um conjunto claro
De corpos, ações e reações
Depois vêm impulsos que canalizo sem travões
Desta forma a obra tem como origem
A própria viagem a que se destina
Tua por descendência e tu como sina
Sentimentos que me dás
Incentivos que lanças
Assumem importâncias
São relevâncias vitais
Toda a gratidão é pouca devo-te a força que utilizo
Mas uma mão lava outra e eu faço o que é preciso
É um ciclo vicioso, discípulo teu com gosto
Disciplino fluxos e faço disso o meu posto
[Refrão]
Eu: Apenas reajo a um redor e realço
Que actuo como voyeur no teu encalço
Tu: És a vida, o estímulo que convida
A estima contida num estigma que se consigna
Nós: Sim sim, partilhamos os louros
Juntos em elos duradouros contra agouros vindouros
É um verso imenso e peço-te que arrebentes o ingresso
Eu e tu neste processo sem um prazo para regresso