Ela

[Verso 1]
Num flash tudo pára, algo me chama
Discretamente sigo atento com medo de levar cana
Ela anda e não repara que eu reparo nela
O seu jeito é raro e eu quero agarrar-me a ela
É de tal forma altiva, nobre e contida
Mas desmedida na magia que envia e que me cativa
Já nem sei de nada, já não vejo nada
Descontrolo absoluto e ela é a culpada
Sinto que pura é como um instinto
Bastante mais intensa do que eu a pinto
Estou vidrado, retinto
Que tenho de saber o nome que desejo
Pronunciar na boca, saborear o seu beijo
Em êxtase, seduzido ao máximo
Querer agir, mas permanecer impávido
Altamente confiante como aliás diariamente o sou
Só que não é um lance, é uma sede que cessou

[Refrão]
Toda uma vida que todos detemos
Há quem a viva e quem a sinta apenas mais ou menos
A diferença está na partilha e em quem escolhes
Para estar lá de manhã, ao abrires os olhos

[Verso 2]
Tanto divago que se torna vago o rasto dela
Pago para vê-la
No breu dito eu, uma janela
Déjà-vu, lá estás tu
Sou sugado pelo fluxo
Peço um impulso que me impulse, mas o pulso está murcho
Eu puxo a força, quero ouvir-te
Quero contigo falar
Quero encontrar-te, poder abrir-te
Saber o que me está a chamar
Pareço louco por pensar que pareces minha
Mas garanto-te que não foi há pouco
Nem somente hoje que entraste na minha vida
Neste ápice, caio por terra
Surge alguém cúmplice
E disso nunca pensei poder haver indício
É feitiço, estou perdido
É bruxedo amargo
Quero um cargo que está ocupado
Já tens um mago a teu lado
Estou atolado em perguntas, dececionado em respostas
Intenções eram muitas, mas desisto
Quando nas costas
“Desculpa o à-vontade, mas senti que me chamavas. Estava a falar com o meu irmão, sou a Sara. Como é que te chamas?”

[Refrão]
Toda uma vida que todos detemos
Há quem a viva e quem a sinta apenas mais ou menos
A diferença está na partilha e em quem escolhes
Para estar lá de manhã, ao abrires os olhos

Toda uma vida que todos detemos
Há quem a viva e quem a sinta apenas mais ou menos
A diferença está na partilha e em quem escolhes
Para estar lá de manhã, ao abrires os olhos