Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
Fausto
O que foi que me aconteceu
O que foi que me aconteceu
O meu corpo arrancou-se violento
Num esforço arrastado cuspiu-se num grito do fundo mais negro de um pesadelo
Respira agora ofegante, respira agora intranquilo
Banhado em suor, arfando em suor, curvado em suor
Sufocava disforme no labirinto tépido e viscoso daquele sonho cinzento
Que estranho sonho era aquele que a memória vai esquecendo aos solavancos e aos safanões esbatido na luz
Recortado na noite
Estaria sozinho naquele ermo infinito
Eu estava sozinho e o que recordo ainda é a bafagem quente das feras que me rondavam num cerimonial felino e pausado de morte
Que sinto ainda é aquele cheiro agoniante da baba pegajosa e pestilenta que escorria lentamente das queixadas de um dos chacais
O resto são sombras de coisa nenhuma
Não recordo mais nada
Não me lembro de ninguém
Não me lembro de pessoa alguma
O que foi que me aconteceu
Minha vida
O que foi que me aconteceu