Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Nuno Prata
Silêncio atrai silêncio
Atroz é o silêncio
Quando aí ouvimos a nossa voz
Violência atrai violência
Trago a consciência entorpecida
Por tanta coisa que dói
O que eu não fiz não quero ver
O que eu não quis não quero ter
O que eu não dava pra sair
Deste marasmo em que me afogo
Incêndio atrás de incêndio
Salvo sempre o mesmo
Para não duvidar do coração;
Pra ter noção do chão —
São filhos de outras lutas, já vencidas
Que me inspiram a ambição
O que eu não quis preciso ter
O que eu não fiz vou ter de fazer
Afinal não posso esperar
Mais um minuto, este minuto sequer
Se quero viver sem depender
Daquilo que Deus quer
Domesticada a mente
Ponho-me ao corrente:
Tudo passa se os passos se dão em frente
E, consequentemente
Esbracejo exasperado entre o passado
O futuro e o presente
Se ainda não fiz nunca hei-de fazer
Se isto não entendo nada hei-de entender
O que eu não dava pra ter paz...
O que eu não dava pra deixar de doer
Dou tempo ao tempo
O tempo nada me dá em troca
Aliás, pede-me sempre mais tempo
Só mais um mês, aguento
Invento novas vidas, novas ruas
Onde esquecer o tormento
Depois daí fico à mercê
Não sei de quem, não sei de quê
Depois daí é o que for
Volto pra dentro
Que é onde estou melhor
E vou desfiando o meu rosário de rancor
Vejo-me um trágico comediante
A rir-se à sobremesa no restaurante