[Intro]
Sérgio, eu não te posso ajudar
Sérgio, eu não te posso ajudar
[Verso 1]
Doutor, 'tou tóxico, consumi de tudo
Sou eu o próximo com tanto abuso
Saquei do pó ainda lhe juntei chumbo
Foi bino atrás de bino eu estava era preso num sonho
Onde tudo era calculado com um juízo de uma elite
E eu um condenado equipado de câmara e chip
Eles vêm o que tu vês e sabem o que tu sabes
E juntam-se com pc’s só para verem o que tu fazes
Tipo um rato numa arena que mais parece um labirinto
Ficas em choque atordoado
Sentes no ar que não és bem-vindo
A cidade é o carrasco dos mais fracos
Com suas ruas e perigos constantes
Motas e carros caras e bairros
Que te perturbam e alteram o teu percurso
Requintados fazem arte com aquilo a que não dão uso
Tem contróis na baixa, queres ver como o despacho
Quanto é que das pelo vídeo da morte daquele gajo
Realidade cinzenta é a selva em que ninguém te salva
A tua cabeça rebenta em pânico perdes a calma
Olhas 'pa todo lado vês um turbilhão de fogueiras
Eles querem te matar e há um milhão de maneiras
Ok tu deste nela porque sempre quiseste vê-la
E se tu não fores de vela é porque deves ter uma estrela
Não batas mal isso é tudo normal
Só precisas de continuar a dizer o quem és e vai passar
Ok
Eu ando estúpido não ando focado como um míope
Sinto que sou gozado no metro pelos miúdos
Na não são filmes, era mesmo Hollywood
Todos tinham script e eu ali 'tava sem atributos
Fitavam todos de lado, toda a gera reparava
Para todo o lado que olhava, só ouvia "muda de cara"
Como se eles soubessem tudo e eu já não soubesse de nada
Como se eles soubessem tudo e eu já não soubesse de nada
Até ao dia em que te vi como uma asa no metro
Tinha a tattoo do nome Sónia na testa e eu estava cego
Depois vi-te no largo, sorriste fez-se luz dentro
Tinha de ser calado, real pinta é bom talento
E se era mesmo ela, eu não sei mas podia ser
E se foi ela, eu tive o maior gosto em rever
Porque vale a pena morrer
Vou ter de acabar com a merda
Nem que tenho que me foder todo
Jovem o que tu tens é uma tristeza muito grande
Não é isso? uma tristeza enorme dentro de ti?
Ouvi estórias tão belas daquelas que tiram sono
Sonhava com cinderelas e as sequelas eram porno
Estava a passar uma fase muito grave no entanto lógica
Tinha a tola num caco, babaruase mitológica
Encobri ficções de arquiteturas sociais
Troquei essa conversa por convicções pessoais
Lembrei para me encontrar, agarrado às rimas rascas
Sem nexo só as letras me fizeram chegar a casa
Eras água num deserto surreal
E o teu eco que estava perto do real
Enrolei-me nesse espectro social
Num pacto telepata em constante chat mental
Fiquei cego sem o poder que era o verbo
E a luz tinha um nome que eu nunca poderia ver de perto
Senti-te com o intelecto, reconstrui-te a céu aberto
Eras Roma na minha boca, e os caminhos batiam certo
[Refrão]
Doutor, ’tou tóxico, consumi de tudo
Sou eu o próximo com tanto abuso
Saquei do pó ainda lhe juntei chumbo
Foi bino atrás de bino eu estava era preso num sonho
Doutor, 'tou tóxico, consumi de tudo
Sou eu o próximo com tanto abuso
Saquei do pó ainda lhe juntei chumbo
Foi bino atrás de bino eu estava era preso num sonho
(rapaz tu és um herói)