Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
Mafalda Veiga
No meu quarto há uma janela
Sobre um pedaço do mundo
Na rua estreita
Os prédios seguram o céu
As caras de sempre
Têm dias sorridente e outros sisudos
Porque de alegria e de tristeza
Cada um tem um pedaço que é o seu
No meu quarto, pela janela
O sol entra em geometria
Faz desenhos no chão
Pinta-me luas na pele
Rasga sombras teimosas, escondidas
A reclamar poesia
E voa das mãos para a rua aviões de papel
Há dias que sopram
Os dias que vão
Levantam asas
Ou ficam em pedaços pelo chão
Há dias perdidos
E outros sem fim
A colar cada pedaço
Do mundo que as partiu dentro de mim
Nesta rua estreita
Os prédios escondem o resto de escuro
Os caminhos da noite, mais longe
No resto do céu
Há em cada olhar
A vaga certeza do mesmo rio ao fundo
Mas por dentro do peito
Cada um traz um horizonte que é o seu
Há dias que sopram
Os dias que vão
Levantam asas
Ou ficam em pedaços pelo chão
Há dias perdidos
E outros sem fim
A colar cada pedaço
Do mundo que se partiu dentro de mim