[Intro: Expeão]
A caminho de casa
Sou mais um
A caminho de casa
Sou mais um
Um sentimento
[Verso 1: Maze]
Para ele a miséria era o prato do dia
Vivia com o estômago vazio ou nem comia
Nunca iria roubar, era honesto de mais
Nunca iria mendigar, era orgulhoso de mais
Sua prioridade máxima, alimentar os filhos
Sem espaço para vícios, apenas sacrifícios
Desde que a mulher partira, e partira seu coração
Só sobrevivência, sem cicatrização
Transformado em super-homem, pelas vicissitudes da vida
Nunca mudaria as suas atitudes
Sem tempo para viver e com a corda no pescoço
A pressão do ganha-pão, da escravidão, do esforço
Na pobreza com a nobreza, aprendeu a lição
Imune à tentação da autocomiseração
Mesmo quando esmorecia e ia ao fundo por momentos
Tinha a sua recompensa do sorriso dos rebentos
[Refrão: Expeão]
A caminho de casa
Um sentimento triste invade a minha alma
A caminho de casa
Sou mais um mero sonhador
Mais um mero sonhador
[Verso 2: Mundo Segundo]
Ultima recordação do exterior, foi o interior da ambulância
Nunca se tinha visionado em tal circunstância
No corredor de urgência, a espera era interminável
Crescia o medo de um diagnóstico, nada favorável
Família entra sorridente sai com olhos de vidro
Tenta aproveitar por um momento, todo tempo perdido
Ela sabe que por dentro, algo não funciona bem
70 anos de histórias e memórias
Que ainda lhe trazem, uma réstia de força
Naquela cama de hospital
Pior que uma solitária, um estabelecimento prisional
O seu corpo não descansa, olhar triste e pesado
Sente medo e quando dorme vê fantasmas do passado
Sinto a tocar-me na face com a sua mão enrugada
A imponência da doença, transforma-nos em nada
De repente sinto toda uma vida a passar-me à frente
Seu sacrifício tornou-me no homem que sou presentemente
[Refrão: Expeão]
A caminho de casa
Um sentimento triste invade a minha alma
A caminho de casa
Sou mais um mero sonhador
Mais um mero sonhador
[Verso 3: Fuse]
Esta é a história de um anjo amigo meu
Nuno, é verídica, ele já faleceu
Não tinha asas, ele escolheu ser esquecido
Mendigo, rico de espírito, morreu sozinho
Chamemos-lhe ninguém
Tinha os olhos brancos, foi cegado pela escuridão
Que a vida tem
Cansado de viver com pessoas sem visão
A visão que ele tinha, era mais além
Ele foi quem não queria ser
Vida perfeita que não queria ter
Acorrentado pelo ideal
Tu provaste ser, alguém tornou-o em alguém irreal
Quantas tempestades eu vivi
Quantas memórias escrevi
Esta foi a página que eu arranquei
Quando me lembrei do dia em que eu morri
[Refrão: Expeão]
A caminho de casa
Um sentimento triste invade a minha alma
A caminho de casa
Sou mais um mero sonhador
Mais um mero sonhador
Sou mais um mero sonhador
Mais um mero sonhador
Olhos de Vidro was written by Mundo Segundo & Fuse & Expeão & Maze DLM.
Olhos de Vidro was produced by Bruno Silva & Guito Maldiva & Expeão.