[Intro]
Poucos seriam
Os que teriam coragem de dar a vida por uma causa perdida
Ainda mais raros são os que tem mérito
Reconhecido pela sua audácia
Isto é uma menção honrosa
A todos aqueles que dedicaram a sua existência
À garantia da sobrevivência do próximo
[Verso 1: Expeão]
Tinha uma das mãos na arma
A outra na cabeça
Decidiu abandonar a sua própria existência
Tantos anos de luta, labuta
Anti-depressivos na gaveta
Em cima de uma pilha de livros, resignado
Sem nenhuma dignidade
Num quarto degradado na baixa da cidade
Poeta visionário com rima sublime
O seu pai tinha sido assassinado pelo regime
Acende um cigarro, sentado
Ex-combatente no braço tatuado
E pensa, já não vale a pena lutar
Relembra num poema
A sua mãe a olhar no vazio
Dois filhos para criar, a chorar o seu amor não iria voltar
Mas a realidade voltou, a dor apertou o coração
E foi então que o gatilho acertou-o são
[Verso 2: Maze]
Chamem-me teimoso, obstinado persistente
Caio e levanto-me obcecado resistente
Sinto um certo magnetismo pelo abismo
Cerro os punhos lanço golpes de exorcismo
Os demónios interiores permanecem vivos
Tenho que os manter latentes, adormecidos
Continuo suspenso na ponte do rio sem margens
Com visões de um futuro passado em miragens
Param os relógios, chão desaba aos meus pés
Os glaciares degelam, sobem as marés
Convicto percorro o meu caminho com fé
Apesar das vozes que sussurram "desiste André"
As multidões rezam a São Judas Tadeu
Eu movo dimensões quando vês o céu [breu?]
Trespassado por mil sabres no momento derradeiro
Estarei de cabeça erguida sou guerreiro
[Refrão]
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
[Verso 3: Fuse]
O mundo é destruído em direcção ao abismo
Entra na fila alista-te à causa perdida
Está na hora da revelação
Corvos largam páginas do Apocalipse de São João
Canibalismo incentiva à perseguição
A humanidade é faminta, mastiga-me o coração
O símbolo do homem cravado na testa
Carregam escrituras à procura da besta
As asas de uma ave ainda batem no petróleo
Olha um som engolido no ultimo fôlego
A voz de uma criança ainda chora após a morte
Ainda canta numa igreja destruída na guerra santa
O tempo é um brinquedo adormecido
Brincam com o futuro e limpam lágrimas de medo
Vivemos numa galeria de hipocrisia
Aquecimento global
Somos estátuas de gelo
[Verso 4: Mundo Segundo]
Ele caminha entre chamas e telhados abatidos
No olhar a esperança de sairmos deste inferno vivos
Na causa daria a sua vida pelo próximo
Soam as sirenes no quartel
Herói anónimo
O único no último piso do edifício
Com uma criança nos braços
Felicidade, sacrifício
Corpo marcado por queimaduras tatuado
Acorda de noite sufocado pelas chamas do passado
Um fardo pesado, um fado embebido em mágoa
Muitos partiram antes da primeira linha de água
Quantos voluntários no exercício da função
Ceifados deste mundo pelas chamas da escuridão
Jovens adolescentes bravos combatentes
Saudade e coragem no seio dos seus parentes
Soldado da paz, audaz, anjo na terra parte da cidade em direcção ao pico da serra
[Refrão]
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
[Scratch: DJ Guze]
Convicto percorro o meu caminho com fé
Na causa daria a sua vida pelo próximo
Convicto percorro o meu caminho com fé
Sou guerreiro
Herói anónimo
[Refrão]
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
Contra tudo e contra todos
Contra ventos e marés
Lutas na causa perdida
Sem saberem quem tu és
A Causa Perdida was written by Expeão & Fuse & Mundo Segundo & Maze DLM.
A Causa Perdida was produced by Guito Maldiva & Mundo Segundo.