Mundo De Ahlam

[Estrofe I]
Em séculos longínquos da retentiva humana
Onde a matéria será a barral para o arrebol da alma
Onde pelo dano do verde a natureza se vingará
Eliminará a espécie errática com a ira de mefíticas chamas

O senso humano perverso na ruína dos ecossistemas
Nem nota o quão intenso do natural se desmembra
É nefário, cada existência, vida que se impregna
Nas estranhas entranhas alimentícias do Planeta Terra

A Ecologia é meio irónica, mas a Natureza a clama
Uma ciência biónica para o bem de toda a casta humana
Que acha Terra insólita na infinidade de galáxias
Presa em procelas ciclónicas de extermínio da Via Láctea

O refreio no aquecimento que decomporá em alvoroço
O nosso berço epistémico, a caldeira para várias mortes
O dilacero será um enredo paralelo a mil maremotos
E nenhum local será aconchego para extinção de humanoides

[Bridge]
Enquanto a escuridão não traz conforto
Eu clamo por ti, pois me guias quando a luz veda meus olhos

[Estrofe II]
As celeumas do silêncio na acústica madrugada
Ribombam zunidos lentos em notas desafinadas
Hieróglifos em cadernos feitos de papiro e lava
Não vês a terra igual ao ermo, zero, igual à extinção demográfica?

Na espera de redenção, devoto preso em oração
Resposta virá como um trovão da natural selecção
Sem dissolução, será a démica extinção
Sem a humanização nossa nébula terá salvação

A indolência tecnológica abolirá a analogia
Digitalizará a harmonia numa sessão hipnótica
A essência biótica findará na melodia
Da pressàgia sinfonia em cifras de notas mortas

Entretanto os selvagens que usam ternos e se engravatam
Pasmos pela união entre os irracionais que dimanam
Sons, cânticos em assovios. Eles claramente cantam
Acordeões de salvação a favor do Mundo de Ahlam

[Outro: Júlio Chaves, O Lorax]
Se não for embora até o sol se por desse vale
As forças da natureza cairão sobre você
E o amaldiçoarão até o fim de seus dias
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