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[Estrofe I]
Entre ostensões zecutivas e a penúria do povo
Engula cada diamante, cada mililitro de petróleo
Exime de nós o oxigénio, exturque nosso fôlego
Tira o básico de meus filhos, os teus veneram o monopólio

Eu tenho a expectativa morta e o aulido debelado
Silenciado a cada porrete dos teus malditos soldados
Eu escandalizo-me, pois não sinto a piedade dos santos
Quando a polícia é a milícia que vitima o proletário

De onde virá nossa lamparina? Que de certa não é divina
Pois até a Santa Basílica aplaude a carnificina
Enquanto vitimas mais uma vítima, oh senhor de nossa sina!
Não existe rima que determina a demanda da tua chacina

É hediondo e sórdido sonharmos com um amanhã melhor
Onde até para respirarmos esperamos de ordens superiores
Eu não me calo se assim for, é teu desejo meu senhor?
Eu nunca me redimirei ao ponto de prestar cultos ao opressor

[Refrão]
Revolta-se, este poder não lhe pertence
Poderás ser calado, mas com ele não condescendas
Só há duas opções, seguir em frente ou enfrente
Mas não vale cederes a luta até que este santo se renda

Revolta-se, este poder não lhe pertence
Poderás ser calado, mas com ele não condescendas
Só há duas opções, seguir em frente ou enfrente
Mas não vale cederes a luta até que este santo se renda

[Estrofe II]
Não há consolo que consola-nos quando lágrimas assolam-nos
Salários não compensam-nos quando a ditadura esfola-nos
Despela-nos, escoria-nos, escorcha-nos, enloda-nos
E notas de desespero tocadas pela fome devoram-nos

Não nos reterás para sempre, um dia haverá revolta
Demagogia prepotente que mais intensamente sufoca
Pois democracia é evidente só no teu sínodo, hipócrita
Arquitecto incompetente, não passas de palhaçada histórica

Da exploração socialista, acredita, nós estamos fartos
Da espoliação comunista só perdeu o operariado
Da opressão MPLAísta auferimos jovens frustrados
Da oposição UNITAísta, valha-me deus destes palhaços

Nossa realidade infame e exaurida tu desconheces
Talvez porque TVs novelas são mais importantes para a Tchizé
Por uma Angola digna, de liberdade e o básico que se carece
Vi Dezassete preces revogadas pela paróquia de São José

[Refrão]
Revolta-se, este poder não lhe pertence
Poderás ser calado, mas com ele não condescendas
Só há duas opções, seguir em frente ou enfrente
Mas não vale cederes a luta até que este santo se renda

Revolta-se, este poder não lhe pertence
Poderás ser calado, mas com ele não condescendas
Só há duas opções, seguir em frente ou enfrente
Mas não vale cederes a luta até que este santo se renda