Medo

[Letra de "Medo" de Isis Hembe]

[Estrofe I]
Para de falar na minha cabeça
Isso jamais há de abalar minha sentença
Não fuja mais quero-te a balar com as minhas crenças
Que plenas horas tensas disseram agora vença
Que sou capaz
Olho para trás e reparo que sou tão
Foda que amordacei a voz do coração no sótão
Toda vez que me cruzei com rostos que não soltam
A corda com a qual em cada movimento se enforcam
Senti-me abraçado pela vida que com cortesia
Que presenteia todos que convida com hipocrisia
Olha para o ex militante do socialismo
Privatiza o sonho e tem a amante no consumismo
O filho neoliberal palestra empreendedorismo
A custa de um capital fruto do primitivismo
Conclusão, o dinheiro cortar-te o nervo ótico
E pode ensinar a tua esposa a amar o próximo
Só Deus pode julgar, enquanto o diabo me dita
Os versos mais sangrentos enquanto um gajo medita
A estrada da felicidade anda meio que interdita
Tens um destino gato se tiveres longe da guita
Por isso é que essa tua voz não me deixa dormir
Vivo assombrado preciso de uma brecha e sumir
Sou renegado que não quer ver uma flecha a ferir
Seu peito que até já5 queixa que está preste a explodir

[Refrão I]
De me entregar para loucura
De ser filho do caos e nele achar a minha cura
De me entregar a lucidez
Chegar ao vim da vida só a ganhar no fim do mês

[Estrofe II]
Quase morri de overdose de madrugadas
Embriagado de lembranças e esperanças malogradas
Entrincheirado por cobranças por ter ansias mal logadas
Na aplicação do tempo não explicação, exemplo
De jornadas equilibradas e inspiradas
Porque sobrevivência diz para procurar emprego
Assim como existência diz tens de andar em pregos
Duas pilula então faças a tua escolha, se entregue
Ou se conserve, se expanda ou se reserve
Se consegues não abrande se eleve
Ousados escalam o Evereste
O universo só quer ver este
Núcleo de vida de consciência manifeste
Mas não é fácil não ceder a voz na cabeça
A realidade aqui é bem é feroz não cabe essa
Tranquilidade para se tornar meditativo
O coração me grita ativo eu estou vivo aqui cativo
Então desço para o sótão e tiro-lhe a amordaça
A voz se silencia me tranquilizo e a dor passa
O medo cessa enquanto o caos revela a farsa
Não interessa como a verdade se disfarça
Não há nada permanente é preciso ter na mente
Que além do pensamento há uma vida inteligente
A intuição consciente onde o homem compreende
Que não há escolha emancipação ou the and

[Refrão II]
De me entregar para loucura
De ser filho do caos e nele achar a minha cura
De me entregar a lucidez
Chegar ao vim da vida só a ganhar no fim do mês