[Verso 1]
Imagina a tua mente como o teu pior inimigo
Quando queres andar para a frente, achas que vais ficar sozinho?
Começa a depressão, medo da rejeição familiar
Torna-se tanto e tão presente esse medo de falhar
Acabas resiliente, dás o dobro pra melhorar
Fazes um esforço pra ser tanto porque no fim tu queres provar
Que vales o mesmo que toda a gente, vida começa a complicar
Tu notas que és diferеnte, não há nada que elеs possam mudar
Os teus pais já desconfiam, não confiam em amizades
Começas a mentir e a dizer meias verdades
Ainda dizem que é um defeito teu, ya
Quando pões o mundo nos teus ombros só pra compensar o seu
Acham que é só uma fase mas não fazes com que aconteça
E não percebem que é um facto que és quem és desde a nascença
Ocultas a tua essência e a tua identidade
Tentas ter a paciência de não ser tu, que eternidade
Vês anos a passar e é inversa a velocidade
A que tu corres pra essa meta que finda na felicidade
Tatuas na tua pele a data da tua liberdade
P’ra lembrar de onde partiste e p’ra onde vais, não por vaidade
Eles dizem que o amor não tem género, cor ou idade
Mas por amar ao contrário vives sem tranquilidade
Após anos de terapia, gritas pra toda a cidade
Que tens orgulho de ser quem és, renasces em plena mocidade
[Refrão]
Acordas, esperas rosas, choque de realidade
Heteronormatividade
[Verso 2]
(Eles não querem o nosso sangue nem a espiritualidade, eles não)
Eles não querem o nosso sangue, nem a espiritualidade
Ainda que acredite em Deus, não sou digno dessa verdade
Se eu marchar por essas ruas, não entendem a intenção
Acham que não é preciso, não sabem o que é opressão
Orgulho hétero não existe, não invertam a situação
Torna-se uma beca triste acharem que é competição
São direitos humanitários e os nossos nunca são
Totalmente igualitários, não percebem a questão
Vão dizer que é mentira, mas nem posso dar a mão