[Estrofe I]
Mais uma vez me sinto perdido
Frio, fraco e amargurado, sem sequer ver um culpado vivo, ou um aparente motivo
Mas pretendo me encontrar
Seguindo cauteloso todo trilho da minha sola, enquanto a escuridão me assola, e sem saber ao certo por onde começar
Eu tenho de reagir
Então corro contra o tempo, mas não ao sabor do vento, chamando por mim mesmo sem saber se posso ouvir
Coração bate lento, sem direcção nem leito
Trancado num hospital, psique pouco funcional, perdi-me em mim mesmo algures no meu peito
Eu me sinto a cair num vazio vasto e profundo
Em queda livre para um buraco sem fundo
O branco do hospital sem visitas tornou-se preto
E famílias? Estanhos por baixo do mesmo tecto
A paz de espírito perdeu o seu valor
E o verde de esperança tornou-se incolor
Flexível, verguei-me mas não parti
Me adaptei nesse breu e sobrevivi
[Coro]
Esse breu interno chama-se depressão
Nuvem cinzenta que segue para onde eu for
Culpada das vezes que eu fui para o chão
Mas os calos que ganhei diminuem tamanha dor
Fiz-lhe frente, tornou-se domesticada
Se cair me levanto e faço-me a estrada
Sou o que sou e de mim não fugirei
Pois a essa escuridão interior me adaptei
Pois a essa escuridão interior me adaptei
Pois a essa escuridão interior me adaptei
[Estrofe II]
Na palavra “amigos” descartei a definição
Para mim apenas são conhecidos ou irmãos
Proximidade as vezes decepciona
Mas amigo de verdade, o amigo não abandona
Pouco racional, meu nobre estado
Por culpa dos fármacos que me eram administrados
Alucinações: Frio em tempo cálido
Mas perdi o pavor pelo rapaz pálido
Domestiquei pesadelos e fobias
Descartei fraquezas e filias
Saí melhor que nunca se é que não sabiam
Desculpem não me tornar naquilo que vocês queriam
Na minha vida apenas eu é que sou livre de opinião
Pois eu é que vivo cada momento nela e tu não
Pra ti o claro é luz, mas para mim é escuridão
Pois deixa-te cego e tu não tens noção
O sem remédio remedeia-se, é a solução
Me sinto bem aqui nessa profunda escuridão
O sem remédio remedeia-se, solução
Me sinto bem aqui nessa profunda escuridão
[Coro II]
Esse breu interno chama-se depressão
Nuvem cinzenta que segue para onde eu for
Culpada das vezes que eu fui para o chão
Mas os calos que ganhei diminuem tamanha dor
Fiz-lhe frente, tornou-se domesticada
Se cair me levanto e faço-me a estrada
Sou o que sou e de mim não fugirei
Pois a essa escuridão interior me adaptei
Breu Interno was written by EDY-P.
Breu Interno was produced by EDY-P.
EDY-P released Breu Interno on Sat Oct 31 2015.