[Verso 1: Munhoz]
Foi dado o primeiro lance, na batalha contra o inimigo invisível
Ampulheta vira, os grãos caem
Esperanças se esvaem em pensamentos, tormentos
De uma mente sem abrigo
O império saiu na dianteira, canhões na linha de frente prontos pro ataque
No terreno quadriculado onde não haverão B-boys
Local propício para a criação de mártires e heróis
MC's matriculados na nova escola
Prontos pra provar na prática que toda resistência
Se constrói baseada na informação que corrói
Utilizando como tática princípios de guerrilha
Exército revolucionário, Rhima Rhara, família
Bombas de efeito moral contra a massa de manobra inocente
Torres de concreto, cavalaria, tropa de choque
Pra proteger o Monarca, o roque, muitas balas no pente
[Refrão]
A revolução vai ser televisionada ao vivo e a cores
Pra todas as nações do planeta
A desigualdade, brutalidade, o que acontece no Brasil
Transmitida via internet e pay-per-view
Após a queda da coroa manchada de sangue
Será comprovada a teoria de que nada impede a volta do bumerangue
[Verso 2: Zorack]
Se a vida fosse um jogo de xadrez eu seria o peão
O sem terra disposto a morrer na linha de frente da revolução
Enfrentando quem tiver no comando, políticos ou gambés
E bailaria no jantar dos reis de Davos, como os inimigos assassinos por Macbeth
Augusto Boal retrataria minha ressurreição
Como um fênix surgindo das lavas de um vulcão
Pra trazer pros excluídos do capitalismo um grito de libertação
Dar destaques os necessários aos flagelos que a globalização nos traz sem falar
Nos 500 anos de resistência indígena, negra e popular
Relatar a fortuna acumulada de apenas 4 nobres
Que somadas equivalem ao PIB de 42 nações pobres
Onde a exploração é abusiva e o trabalho escravo é na cara
Mas a luta anti-imperialista é trazida através de uma Rhima Rhara
Correndo atrás da informação para solucionar o problema
Usando todas as ferramentas para através da consciência humanizar o sistema
A importância da realização de um fórum social mundial é indiscutível
Acende a esperança de que um outro mundo é possível
(Será mesmo?)
[Refrão]
Após a queda da coroa manchada de sangue
Será comprovada a teoria de que nada impede a volta do bumerangue
[Verso 3: Zorack]
A volta do bumerangue para ser perfeita, o lançamento é articulado
E o G-8 em articulação de distribuição de pobreza é graduado
Também na neutralização de poder pra tão poucos, qualificado
O protocolo de Kyoto para a natureza, pelo capitalista maior foi ignorado
Você alimenta a ignorância disfarçado de crença, cresça
Cabeça no lugar, padecer no paraíso ou no inferno hoje não é a diferença
O que dizem que o que vai sempre volta não é mentira
O câncer da miséria vai atingindo o seu retorno a super-potências que já estão na mira, na minha mira
[Verso 4: Munhoz]
No fim do jogo restam apenas algumas peças sobre o tabuleiro
Após a queda das torres gêmeas no coração da Grande Maçã
Passo a me questionar quanto nossa existência é pequena, fugaz e vã
Enquanto o ego ferido de governantes clama por guerra
A intolerância só aumenta enquanto o povo só quer a paz
Condições mínimas para se ter uma vida digna
Saúde, educação, segurança, liberdade, justiça, abrigo, autonomia e terra
Judeu, muçulmano, cristão e ateu merecem
E todos embaixo da linha do Equador padecem
O rei tombado sob o quadriculado demonstra mais uma vez
Que após a queda da coroa manchada de sangue fica comprovada
A teoria de que nada impede a volta do bumerangue
A volta do bumerangue was written by Ascendência Mista.
A volta do bumerangue was produced by Ascendência Mista.
Ascendência Mista released A volta do bumerangue on Tue Jan 01 2002.