[Letra de "TREZE"]
[Verso 1]
Aceito a vida como é, e faço a puta vir-se
Escusas de ir, testemunha o rei para vê-lo partir
Boca de bazuca, firo a era caduca
Viro a mesa à bruta numa de drenar c'a sede aguda dum vampiro
Filho de MK Ultra, desaparecido c'a escrita dum Kabir
Olho p'á cultura e faço o luto a rir (Hahaha)
Juro-te, eu nunca tiro olhos do alvo
Tipo que miro a nuca (Tiro)
E escrevo com o sangue que espirra no papiro
Atrito que gera artrite
Caso a fera aplique foco, digo-te que na esfera há perigo
(Esse coitado) Quer dar pica, mas é queda a pique
(Agora) Falam "paz" mal um gajo pega a BIC (Ah)
É fácil dе alcançar, pode haver beef entrе nós
Que eu desato a matar (Uh)
O mérito da cova é teu, percebes? Isto é tapar
Não rimas com verbos, boy?
Deixa 'tar que um gajo injeta-te ar (Ah)
Desde pequeno c'a serpente que desliza no berço
A fazer a minha sorte, só que eu emano treze (Emano treze)
Ferida pensante que não precisa dum penso
Há anos fora do rebanho, se conto MC's, adormeço
[Bridge]
Muitos vivem na descontra
Até ao dia em que me encontram debaixo da cama
Com o mic na mão só p'a dizer: "Boa noite!"
Check, yo (Boo)
[Verso 2]
Ridículo contestá-lo após romper círculo de flor de sal
Carrego a minha inicial até que o ombro estale
Culto é ESCALPE, derramo sangue sobre o cal (É o ritual)
'Tou ma cagar p'a vida tipo que nem sou mortal (Ah)
Sou Deus vivo num estado laico, coitados, Mike
Dou-lhes gás tipo que vou servir spa judaico (Relaxa)
O teu verso não bate tipo que 'tá carregado de nite
Se ficar parado, baico, ácido até a visão virar mosaico (Yeah)
Poetas nascem porque temos o Osíris extinto
Aniquilo com um vil instinto, a fazer da bílis tinto
Isto é celebração de skill e brindo
Sou Pacman em cavalo, boy, tu és Carlão 2020
É com cada toque de magia
Sou o Diabo que espreita na esquina
Como se fosse um Bode da CIA
Sei que não estou demente, mãe
Não tenho de ir ao Garcia (Parecia)
Tenho o futuro na mão tipo que é sessão de quiromancia
Juro, senhor doutor (quê?) a minha existência serve de agouro
No hip-hop sem grandes vendas, mas cego de amor
A caneta serve p'a pôr (quê?) o cérebro dormente
Nem se apercebe da dor
Esvaio-me lentamente enquanto nego dador
ORTEUM varre, mas com V de "Vapor"
Suor nas veias, sangue na testa, dread, e segue labor
(Rimas têm sido vis) Cultura inculta pede louvor
Enquanto que da lama extraio gemas e rubis, e isso é de valor
[Outro]
Dedicado aos meus irmãos
Que dispensam sujar as mãos
E fazem tesouros de granito
Cheguei com a verdade e fui recebido com:
"Bem-vindo, foste banido"
Proibido de interromper a roda dentada
Mas hoje a vossa sorte dorme