[Intro]
Olha isto é p'o meu cão
Mete a mão no ar
Não, não ponhas que ele pode se assustar
Começa a rosnar e depois...
[Verso 1]
Neste mundo de poluição
Peço desculpa ao meu cão
Até tenho medo de lhe dar ração
Até tenho medo de ter razão
Não passeio três cães
Tenho um cão com três cabeças
Mas não deixa passar ninguém
Sem que uma cabeça se babe
Mas olha que isto ainda não é a chave
É o meu cão a passear pela cave
O meu cão 'tá me sempre a acordar
Ou 'tá com fome ou quer mijar
Há sempre um motivo pa' me levantar
Da cama, baba derrama e derrama
Pára de ladra ainda 'tou de pijama
Achas normal quer sair a uma hora destas
Depois de descer de elevador já não quer festas
[Bridge]
Agora sou eu ou és tu
Que manda passear?
Agora sou eu ou és tu
Que me anda a passear
Pára de puxar
Pára de puxar (Calma)
[Verso 2]
O meu vizinho do terceiro andar
Não se pode aproximar do cão
Que ele começa a rosnar
Não gosto dele por causa disso
Eu confio no meu cão porque ele tem sexto sentido
O bom do cão é apanhar aranhas
Um bom pastor sabe sempre ladrar p'as suas ovelhas
Não as deixa entrar em hortas alheias
O ladrar é conhecido em outras aldeias
Não sei se me disseram ou vi num vídeo
Qualquer sobre um ataque canídeo
Ouvi um grito porque ele 'tava sujeito de ser abatido
Falar disto deixa-me todo deprimido
Mas a culpa é das pessoas
Que elas andam em todo lado
Até o meu cão acho que 'tá melhor educado
Consegue sentar, deitar, fingir de morto
Consegue andar direito onde eu ando torto
O meu cão fugiu, fiquei à procura dele três horas e tal
Quando 'tava quase a desistir dele
Lá apareceu ele como se nada fosse
[Bridge]
Bem feito, e agora
O que é que eu faço contigo?
[Verso 3]
Que cão vencido, 'tou convencido
Que vi um cão que anda para aí desaparecido
É um cão tão colorido
Tem pelo comprido e um latido esbatido
E tinha um corno partido
Cresceu me uma lágrima logo no ouvido
E deu pa' ver donde é que ele vinha
'Tava com uma rapariga que é tão novinha
Eu acho que ela é filha da porteira
E acho que tem uma tia que é parteira
Trata-me o cão por tu e eu tipo: "Quem és tu?
Quem és tu? Para tratar o meu cão por tu afinal"
Ei ó moscão, mosca com cara de cão
Luzo, mijo, grego no chão
Cai de cara no cartão, de chapão, trambolhão
Mano tu és um trapalhão
A mosca mijou ali, não vás por aí
[Verso 4]
O som do microondas deixou o meu cão com umas trombas
Parece quase o morcego a sair das sombras
Vai comer o que eu te comprei
Não o que eu comprei para mim
Este cão não é daqui é do além
E todos os fins-de-semana tem o direito de ir ver a mãe
É já ali no barreiro
O meu tilt, vejo que tu também és um rafeiro
A tempo inteiro, meu conterrâneo
(Ão, ão, ão) o meu cão
Deve ser meu, acho eu
Eu p'o meu cão eu sou tipo dono dele
Sinto bué da triste quando ele me desobedece
Mas quando me obedece
Dou-lhe um carinho quando merece e merece
A relação com o meu cão é tipo Adão e Adão
Não há cadelas
O meu cão não é larilas
Só não entra em brigas com cães maricas
Olha lá vai o cão cinzento
Aquele parece que é feito de cimento
Quando foge do dono fica violento
Mas a culpa é das pessoas
Põem coleiras umas às outras
Isto disse-me o meu cão
Sabichão
[Verso 5]
Pronto, pronto
Leva a bicicleta
Achas que o meu cão ser rafeiro não presta (Foda-se)
Ele tem uma raça só dele
Ele tem um osso que só rói ele
Tem um ganda pêlo
Por ele nunca era escovado
Às vezes queria ser cão só para ser amigo dele
Mas eu já sou cão e o mais humano é ele
Faltam para aí umas 30 ações para ser da minha espécie
O meu cão tem uma opinião sobre a série
Acha que o Eddy faz um overacting
Ele sabe que tem um caroço
No fundo que é um chip no pescoço
Pera deixa lá ver onde é que eu me coço
O meu cão chama-se Tambor à pala do Dragon Ball
Na altura 'tava a pensar chamar simbala
Mas depois parecia simba
E eu não quero que o meu cão
Fique com o mesmo nome do cão do andar de cima
A coragem do meu cão é algo inspirador
Só tem graça porque ele tem medo do aspirador
Se o meu cão não pode ir p'o céu comigo
Fico com ele na Terra plana
Ainda bem que ele assim corre até às tantas
[Verso 6]
À pala do meu cão conheci uma vizinha
Tentei falar com ela mas ela fala sozinha
Ele não me abre a porta, o meu cão ainda não lhe ensinei o troque
Ou vai desenterrar um gato morto no quintal
E a casa fica com um cheiro a morte de uma semana e tal
O cão não tem noção do tamanho
Ele pensa que manda naquilo
Só tem o tamanho de um esquilo
E no final isto é dedicado ao meu cão
Por isso meu Tambor faço-te este refrão
Vou fazer um refrão para o meu cão (ão ão ão)
[Refrão]
Vou fazer este refrão para o meu cão (ão ão)
Eu sei que não sabes falar
Porque se souberes falar
Vens comigo para aqui gravar (ão ão)
[Outro]
Tambor one love