Sexto Sentido

[Verso 1: Zé Bolinho]
Respiração ofegante
Batimento cardíaco acelerado
O mal mora ao lado e não é visto
Mas sinto sua presença pela temperatura ambiente
Se é paz, tá frio, se é perigo, tá quente
Enquanto o tempo passa, o calor que molha minha roupa
E seca a minha boca, sabe que o mal se aproxima
Com técnicas ninjas, mais sinistras que esgrima
O poder de dominar a mente e hipnotizar
Ilude e faz do inferno um lar
Dono de lá, que insiste em duelar comigo, tá fodido
Aguçado, eu abuso do sexto sentido
Sabendo que o indivíduo, do lado oposto, aposta na derrota
Uma batalha não conta toda história da guerra
Quando é certa, volta
O Retorno de Jedi, quem subtrai, trai

[Verso 2]
Premonições, tenho visões
Pra cada caso, há várias versões
O dom de prever, e rever demolições
O mal vem em favela, em mancões
A lua, olhões, não preciso usar meu sexto sentido
Contra quem quiser batalhar comigo
Porque a glória, vitória, é concreta
Tempo, o empate, que a derrota é certa
Minha intuição, é minha munição
E aceleração, quem comanda é o coração
É fácil saber quem irá ganhar
Entre o bem e o mal, quem mais você alimentar
Não adiantar chorar, quando o mundo acabar
Armas químicas, guerras, bomba nuclear
Mesmo sem ar, continuo com a fé
Cuidado ao pensar, quem avisa amigo é

[Verso 3]
Cresci diferente, ninguém me entendeu
Não havia ninguém igual a mim
Apenas eu, era normal saber que enquanto me olhavam
Eu sabia o que fariam, e o que imaginavam
Pensavam que iriam me destruir
Eu sei, todos os socos desferidos para me atingir
Eu me esquivei, contei, com minha consciência
E o poder de prever, o que ia se suceder, com antecedência
Passei a responder, o que vinham me perguntar
Exatamente da forma como queriam escutar
Pra analisar, se é possível conseguir chegar no nível
De prever, um breve futuro, sem conhecer o imprevisível
Sabendo distinguir exatamente que te ama
Sabendo, quem não te quer, e quem vai levar pra cama
Conseguindo curar, ciente mesmo de ter ferida
Se possível, prever o fim da própria vida