(-Imagina, imagina que vamos morrer depois disto 'tás a ver é o que vamos deixar...
-É o que vamos... É isto
-Há humanidade
-Realmente
-Há humidade
-'Bora. Imagina que morremos depois deste take)
Mais uma revolução
Anseio, preparo, disparo
P'ra acabar com esta vida de cão
Com que agora trintão me deparo
Dois mundos em colisão
E eu p'raqui deitado, azedume
Há dez anos no mesmo colchão
Embalo, enfardo o queixume
Não é justo
Que eu queira tanto
E a vida insista em não me dar
Ser estaleiro
Melodioso
Do qual te possas orgulhar
Não é justo
Que lute tanto
E só me esteja a atrasar
Há quem nasça de cu p'ra lua
Com tudo à mão de semear
Quero viver no topo, no último andar
Com um terraço onde me possa agigantar
Quero ter tudo o que um bom homem deve ter
Menos miséria que essa tenho p'ra vender
Aceito o que tens p'ra doar
Aponta este corpo que é escopo
De um magote inteiro a olhar
De ninguém que avança p'ra abraçar
Dá-me um toque de ouro
De Midas que a todos seduz
Enquanto me afogo em choro
Canto vazio sem luz
Não é justo
Que eu queira tanto
E a vida insista em não me dar
Ser estaleiro
Melodioso
Do qual te possas orgulhar
Não é justo
Que lute tanto
E só me esteja a atrasar
Há quem nasça de cu p'ra lua
Com tudo à mão de semear