Neste poema sonoro, Todos Os Sonhos entrega a mais íntima das declarações: um rap para alguém que, como a Toalha do Guia do Mochileiro das Galáxias, é imprescindível à sua existência. A faixa transcende o conceito clássico de amor ao fundi-lo com filosofia, ciência, misticismo e música erudita. É um...
[Estrofe I]
Era suposto ter largado papéis e canetas, tudo
Essa bosta já nem dá tesão, exilar-me do mundo
Debruçar-me sobre o luto, escrever elogios fúnebres
Manter este amor oculto e levá-lo feliz ao túmulo
Era suposto sermos tu, eu e, o resto, claro, resto
Tempo estatelado no orbe recém descoberto
Eram conversas, desejos, medos, pesadelos
Era a história de amor sem o velho e clássico sexo
Sentir-te de perto, a êxtase das emoções
Flertando conhecimento, ciência, religiões
Redesenhando o universo a partir da casca de noz
Mal interpretando Hawking, de conchinha entre lençóis
Desço-te do pedestal e reduzo tua realeza
Num atípico som de amor para uma audiência terrena
Entre a constante genérica, és o vale da estranheza
Embora eu quase lá chegue, rap não é música. Entenda!
[Ponte: Edivaldo Vieira]
Emergido, desconhecido
Entre Papéis, Canetas E Uma Alma Poética
No intuito de unir os Pedaços De Mim dispersos nesta selva frenética
Me saí vitorioso em plena brisa do Crepúsculo Natalino
Lapidando a minha Introversão ao som de uma canção que abala o imo
[Estrofe II]
Tantos deuses reivindicam ter-te feito
A imperfeição humana que eles dizem não ter defeito
Brisa matinal, gotas de orvalho no inferno
Galáxia M13, um céu a noite mais belo
Bem mais dedália que qualquer tinta na tela
Monalisa tão trivial para a sua áurea singela
Für Elise um mero arpeggio para sua sonata implexa
Complexíssima sintaxe que nenhuma linguagem expressa
Nocturne de Chopin numa orquestra sideral
Compleição ideal em plena reanimação sexual
Geometria em perfeição, feito curva helicoidal
Fulva setentrional, não mero reflexo divinal
O vale da estranheza, secular, mas puritana
Multi-singular! Sara inquietações da alma
Clímax é pra terráqueas, Snatam é mais nirvana
E com metáforas o escape para inexpressões humanas
[Final: Edivaldo Vieira]
No enredo de Ideologias Híbridas
Apartei-me para o subsolo na mais Profunda Escuridão
Lá construí o meu Mundo À Parte, a arte desenvolvida na solidão
O silêncio era total que se tornaram audíveis os meus sentimentos
Mas a paisagem era sensacional, inspirava liberdade e outros elementos
Mas entre a vida e a morte dei as costas a tudo
A caminho da luminescência
Mas a arte fala por si só, então...
Recital Da Toalha was written by Todos Os Sonhos & Edivaldo Vieira.
Recital Da Toalha was produced by Todos Os Sonhos.
Todos Os Sonhos released Recital Da Toalha on Sun Jan 01 2023.