Rebelião

[Refrão: Bruna Muniz & Gabi Nyarai]
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar

[Verso 1: Gabi Nyarai]
Viemos ser problema na porra no sistema
Quando nosso vírus ataca, vocês entram em quarentena
Fica em choque, fica em choque
Favela ocupando rolezin' lá no shopping
Fica em choque, fica em choque
Ocupando altos cargos e saindo dos estoque
Rap de mensagem, mensagem a milhão
Se cês faz de brincadeira, essa nossa motivação
Queimando colchões, serrando as grades
Autodemarcando, antes que fique tarde
Terra: Planeta Água, não
Terra: Planeta Sangue, vulgo extinção
Navio negreiro circulando nas quebradas
Sirene de ambulância chega dá uma aliviada
Pra quem vem da quebrada, tá ligada qual é
Que eles chega atirando sem saber nem quem é
Sem saber nem quem, sem saber nem quem...

[Verso 2: Bruna Muniz]
E tanto falaram, fizeram nada, soube que suas falhas
Têm a ver com as reservas que foram todas roubadas
Pela sua pátria amada que tanto foi alvejada
Por suas modernas estéticas aqui manipuladas
Cilada mais que emboscada, nascida predestinada
Ou servir as suas leis e andar sobre uma jaula
Revoltada sim, acomodada nunca
Sou guerrilheira e verdadeira, sempre foi a nossa luta
Força brutamente insana, mentiras que não me engana
Nascida pra diferenças, independente de cobrança
Andando nessa estrada de olho nesses canalhas
Pois sei que matam inocente, não é diferente na quebrada
Ocorre e é varias fita, são muitos anos sofrendo com governo suicida
Vida é força divina, não desperdice a sua vida
Mantenha os olhos abertos e como decreto eu manifesto pela vida

[Refrão: Bruna Muniz & Gabi Nyarai]
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar

[Verso 3: Gabi Nyarai]
O que cês chama de escravo, chamo de escravizado
Cês apaga nossa história, mas não nosso legado
Antiga conexão com a terra pagã
Vou dançando na fogueira até ficar de manhã
Heresia é você querer impor
Como eu devo ser feliz ou sentir minha dor
Santa Inquisição? De santa não tem nada
Até quando corpos mortos vão ser só coisa contada?
Tão rindo na nossa cara na maior tiração
E eu não vejo solução se não a rebelião
E eu vou te dizer, o objetivo é a paz
Mas se eles estão na maldade, estamos muito mais
Com um plano eficaz não ficaremos pra trás
Aqui residiremos e não "aqui jaz"
Eu e minha parceira na contenção a milhão
Cada nesse verso é pura refutação

[Verso 4: Bruna Muniz]
Passei a visão de cara, surgi do fogo da brasa
Lutei pra não me render, para aprender de mão atadas
Lágrimas são enxugadas, memórias não são apagadas
No livro da história, muitas que foram riscadas
Mortas, vivas, torturadas, sangue e dor são registradas
Ao decorrer da vida sofreram, muitas caladas
Não somos da realeza e sim frutos dessa grandeza
Ser vivo, muito cuidado, olhe pro lado e não se esqueça
Que somos apenas uma espécie dessa terra
E a qualquer momento, ela nos desintegra
Então começa a repensar no que faz pra ajudar
Porque o planeta Terra um dia vai te cobrar
Na função da retenção, com a Gabi na contenção
Transformando todo ódio aqui em salvação
Mas se for preciso usarei rebelião
Usarei minhas palavras pra trazer revolução

[Refrão: Bruna Muniz & Gabi Nyarai]
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar
Quebre as algemas, perceba suas prisões
Palavras e ações trazendo contestações
Diretamente da quebrada, pode pá
A voz nunca calada que cês finge não escutar