Outra Alucinação

[Verso]
Que olhares encontro se contar com a imaginação?
Desfoca deste enredo outra alucinação
Penso em fazer um esquiço, e não levanto a mão
Sou um cobarde? ou tou farto de viver na imaginação?
Há quem diga “ tas quase, só faltam mais uns passos
E se falhares não pares” fica tranquilizado
Sou um inquieto nato, sem atalhos corto o mato, pelo cimento marco em versos, o que é meu e nem comparo
Ao impingido amargo, que me faz lamber o doce em fazes
Pa saborear aos poucos o que me anda a еngordar
Com quantos elementos mе posso defender do resto?
Bastam-me oito tracks em centenas de projectos boom bap
Sou um demo cego, sem ver quem me escuta sente ou pede
Um áudio podre, dica fat sem reverb em backs
Quantas queres? formas de expressão que não percebes
Um traço gordo e a batida de um pesado rap
Sensíveis entre nós, esticam-se pa poder ter voz
“derrapar a chuva dói cai levanta porco corre “
Que fique explicito o sacrifício tem valor
Correr em prol do vicio é vida de trabalhador
Quantos hábitos trocaste tu pa teres amor ?
Quantas falhas ignoraste em prol do que achas ser bom?
Quando me vires habituado a relaxar com o som
É porque já não sinto nada e desisti do flow