Hologramas

[Verso 1]
Sou transparente como um holograma
Só em camadas me divido sem dar escândalo
Caguei pa que partidos se tão a cagar pós vândalos
Danço com os oprimidos em cima das propagandas
Agradeço os avisos, quantos
Serão precisos pa que desista mesmo disto
E me atire dum precipício?
Indevido sem cautela em torno do que digo
Farei com que acredites em dicas que vão contra os cínicos
Arte da street? sou mais ruas do que isso
Um dia ainda me contradigo ao tentar viver disto
Falo da traquinice, tags, rabiscos; existo!
Hip hop é moda e eu sou mais um cabrão sem juízo
Que devia limpar isso com a cara sе for preciso
Sou filho de quem dеsiste de me incutir melhores princípios
Falo e passo por cima de quem julga os meus vícios
Muito mais vivo sem me render aos benefícios

[Bridge]

[Verso 2]
Ainda nos rimos disto e um dia passa a ser propicio
O mau olhado, o diz que disse e outros malefícios
Não odeio o teu estado permite-me que faça um reparo
Transmites-me o resultado sem concurso iniciado
É indecente a imprudência que vai deixando arrastos
E eu com a minha delinquência iluminando os passos
E rimo em verso claro, rumo vs. otários
Esmago o teu nexo tou farto, que me analisem o estado
Redigo “Disto não faço, já fiz fui julgado
Nem viram o flow no traço, tou na net a ser espigado
Já não há distinção entre o certo…e o errado
Previne a sua palavra contra a minha reparo
Nos sinais de soslaio, olha um pássaro no céu
Com medo de ser mais um rato, a ser picado por mel
Um actor secundário, figurante fiel
Desaparecemos juntos, holograma de papel