O País das Maravilhas

[Refrão]

Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar
Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar

[Verso 1]

Oito e trinta da matina mais uma fornada entra nas aulas
Com meia dúzia aplicada e todos os restantes baldas
Formam-se intelectos em espaços que chamamos salas
Até aos vinte e tal fechados, trancados em jaulas
"O que queres ser quando fores grande?" pergunta o educador
O Pedro quer ser polícia e o Fábio professor
A Matilde é florista e o Ricardo jogador
Mas a mãe do puto sonha com que ele seja doutor
Toda a gente que vem de baixo sonha ser aristocrata
Para andar de fato e mais tarde enforcar-se com a gravata
Licenciatura banalizada com a chegada de Bolonha
Querem acabar com as provas de ingresso... (Uma vergonha!)
Ando praqui a marrar encarcerado no cubículo
Ando-me praqui a matar a distribuir currículos
Para alguém me sub contratar, dar me migalhas a ganhar
E mais tarde me humilhar, será melhor emigrar?

[Refrão]

Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar
Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar

O país das maravilhas, presos na idade media
O mundo tem forno, nos fazemos fogo com pedra
Professores obrigados a lecionar longe da sua terra
Enfermeiros forçados a emigrar para Inglaterra
Por cá, o Primeiro ministro anda armado em fino
O Paulo portas joga batalha naval com Submarinos
Há gente como o Sócrates que se licencia aos Domingos
Tubarões como o Salgado provam que a prisão é para meninos
Esta areia que insistem mandar aos olhos do povo
Reabrir o mesmo banco e dizerem que é novo
Não há Espírito Santo que salve certificados de aforro
Extratos bancarios caem como folhas no Outono
Ando praqui a marrar encarcerado no cubículo
Ando-me praqui a matar a distribuir currículos
Para alguém me sub contratar, dar me migalhas a ganhar
E mais tarde me humilhar, será melhor emigrar?

[Refrão]

Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar
Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar

[Refrão]

Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar
Eu quero ser livre só para pensar
Pode ser naíve mas tento acreditar
A educação que tive nunca vai mudar
Seja aqui ou então algures num outro lugar