Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Manhã cedo segue a marcha
Sempre na mesma cadência
E lá vai de caixa em caixa
Metendo a correspondência
Para uns são alegrias
Para outros tristezas são
O carteiro não tem culpa
É a sua profissão
Chegou o carteiro
Das nove p'ras dez
E a vizinha do lado
De roupão enfiado
Chegou-se à janela
Em bicos de pés
E logo gritou:
"Traz carta p'ra mim?"
E o carteiro que é gago
Espera um bocado
E responde-lhe assim:
"Não, não, não, não, não
Não, não, não trago nada
Só, só, só, só, só
Só trago o pacote
Da sua criada"
E o sr. Roque desespera
Pelo vale que nunca vem
Vai sentindo infelizmente
Como faz falta o vintém
Para uns são alegrias
Para outros tristezas são
O carteiro não tem culpa
É a sua profissão
Chegou o carteiro
Das nove p'ras dez
E a vizinha do lado
De roupão enfiado
Chegou-se à janela
Em bicos de pés
E logo gritou:
"Traz carta p'ra mim?"
E o carteiro que é gago
Espera um bocado
E responde-lhe assim:
"Não, não, não, não, não
Não, não, não trago nada
Só, só, só, só, só
Só trago o pacote
Da sua criada"
Quando o carteiro se atrasa
As garotas ansiosas
Por notícias do namoro
Para umas são alegrias
Para outras tristezas são
O carteiro não tem culpa
É a sua profissão
Chegou o carteiro
Das nove p'ras dez
E a vizinha do lado
De roupão enfiado
Chegou-se à janela
Em bicos de pés
E logo gritou:
"Traz carta p'ra mim?"
E o carteiro que é gago
Espera um bocado
E responde-lhe assim:
"Não, não, não, não, não
Não, não, não trago nada
Só, só, só, só, só
Só trago o pacote
Da sua criada"