Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Sérgio Godinho
Não há duas como ela
Heroína de novela
Exuberante ou singela
Bebe a cor de uma aguarela
Não se deve por só água
Nem só gasóleo na fogueira
Não se deve por adoçante no açúcar
Se ela encontrar par
É mesmo só por ser ímpar
E só por ser ímpar
Ela pode encontrar par
Não se deve por adoçante no açúcar
E a bem da verdade
Serem duas assim
Tinham pouca identidade
Tristemente paralela
Mas não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela
Põe-se à esquina da viela
A ouvir o mundo tagarela
Que em muito ódio se enregela
Vai p'ra dentro aquecer água
E salta por sobre a fogueira
Era só pa' provar
O sabor duma incerteza
Abre mês a mês
Ovo de kinder surpresa
Era só pa' provar
Ovo de kinder surpresa
Abre mês a mês
O sabor duma incerteza
Desvenda-se agora
A montar peça a peça
A caixa de Pandora
Que ali mesmo se revela
Nisso não há duas como ela
Não há duas como ela
Vê Saturno da janela
Neptuno num barco à vela
E Vénus na colcha amarela
Faz por atirar a mágoa
Como a lenha p'rá fogueira
Morre o alfabeto
Se se leva tudo à letra
E arde o amor
Como em língua a malagueta
E morre o amor
Como em língua tudo à letra
Arde o alfabeto
Igualmente a malagueta
E no [?]
Entre o antes e o depois
Vê-se o novo e vê-se o velho
Com uma argoleta na rodela
Mas hoje não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela
Não há duas como ela