Moeda

[Letra de "Moeda"]

[Verso 1: Buster]
Conto historias à insónia p'ra fazê-la adormecer
Onde sonho acordado p’ra fazer acontecer
Eles estão-se a contorcer com a análise de cada verso
O resto só tá a torcer a espera que não dê certo
O projeto do Alberto onde o tempo é incerto
Criação é paulatina, agreste como alpestre
Mesmo que alguém conteste na análise do teste
Se isto bater na rocha eu vou escrever rupestre
Quando o povo palpita ignoro a hipocrisia
Coração palpita bpm da melodia
Oferecidos pelo Ruca onde impresso a poesia
Inspiração da freguesia com toque de maresia
Um amor casto onde tenho gasto
Tempo e dedicação para não vir a ser um fracasso
Sem boleia vou a passo o percurso é solitário
Anuário sem horário no estúdio deixo a alma
Sem vertigens do palco mas só sinto a calma
Quando o microfone abraça rafeiro com raça
O meu rap está nas ruas mesmo com nome na praça
Por mais que paguem para me ouvir
Eu falo-vos de des(graça)

[Skit: Ruca]
Mas filho, olha que a moeda tem dois lados
E se a música não der certo
Vais ter que voltar ao mesmo de sempre

[Verso 2: Buster]
O sol já se pôs dando vez à luz da lua
O silêncio pactua para a minha cozedura
Rua não é segura, sirenes azuis
Possuis a minha droga, traz um quilo da palete
Mete 100 gramas na balança, digital cinco e tal
Pena em tribunal se tiveres alguma delas
Que pesa a cristalina para noites de Cinderelas
Belas são todas elas, até que se acenda a chama
Chega caneca de alumínio porque o lume está ligado
Não te preocupes com a luz, o contador está parado
Junto euro milhões para dar alguns milhares
Multiplicar os resíduos, da qualidade abdicar
Bicarbonato é agressivo está-lhes a bater no fígado
E fazê-los vomitar sai a patela circular
Hora de cortar enquanto fecham heroína
Até queimarem os polegares
Desmarque, vários lugares
Método é quadrado com lâminas da gilete
Se ouvir algo suspeito meto as coisas na retrete
Embrulhado em celofane amanhã é novo dia
Ninguém refila na fila, cria fatia quantia