[Letra de "Blocos"]
[Verso 1]
Desde blocos a Torres zonas e quarteirões
Eu sou a voz da rua sem barreiras e filtrações
Pessoas com convulsões emoções viram vulcões
Devido ao stress do quotidiano o que é vendido no mercado
Também faz crescer o estado
Corta isso corta
Miúdos já nascem patrões dúvidas da homossexualidade
Quando cospem os quilhões pela boca no aperto
E chove tantos contactos no sítio que não há rede
Pedem boleia esticam o polegar e eles vão te ceder lugar
A meio cortam o indicador para não poderes julgar
Um furto ocorrido às vezes vira homicídio
E caso apareça o corpo tu ouves tocar o sino
Esconde o corpo num bom Porto caves do vinho do Porto
Onde a noite fica branca quando o tinto dá pó torto
Todos os gatos viram pardos após bater as 7
Onde a sombra vira luz assim que anoitece
Som que ecoa é do INEM em mentes introvertidas
E berço não é caixão em terras não garantidas
Prometidas elas são patrulha da rotação
Tu não passas de um peão nesta urbanização
[Refrão]
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
[Verso 2]
Carregado no sotaque em cada palavra dada
Não adianta disfarçar conheço bem um paisana
A mente é munição a língua está carregada
Não venhas falar de armas já tive com uma apontada
Para quem está de cana, aguentem a pressão
Pois o tempo cura tudo aí, é opressão
Mandados para a correção na correção do teste
Não tiraste positiva enfiam-te na tutoria
Autoria de quem avalia e manda trabalhos para casa
Num lar sem comida e horas só na barriga
Sem psicologia para saber o que se passa
O excesso da bebida subtrai no que se gasta
Aqui não há bons ouvintes apenas bons oradores
Abençoados por um quilo em troca de alguns favores
Pensão de alimentos é dada pela igreja
Rosto colado ao chão à espera que ninguém veja
Ninguém inveja a necessidade da segurança social
Mãe escrava de um ordenado numa zona industrial
Mais um número inserido num projeto laboral
Nossas vidas são um drama eu vivo num musical
[Refrão]
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
[Verso 3]
Sentinelas nas entradas vigias nas estradas
Quantas histórias ocultadas nas paredes abafadas
Diz-me se tu não vês num degrau de cada vez
Um rosto diferente mas o mesmo a cada manhã
Cada cara sua história objetivo em comum
Comprar a dose diária com o estômago em jejum
Cada cabeça sua sentença mas aqui é dada a mesma
Linhas são sempre retas mesmo no círculo duma mesa
Aceita de quem se deita com o abismo na mão esquerda
E a sorte na mão direita onde a visão é uma merda
E a morte era perfeita e a vida só ficar amarga
Quando mudam a receita corpo oferece a resistência
Até entrar em decadência após surgir o óbito
Ninguém assume a negligência quem é chibo não gagueja
Tem mais confissões que católicos numa igreja
Noite vira dia amantes ruas deram diamantes
Restaurantes servem comida boates viram rotina
Dinheiro é investida para a nova iguaria
Entram com fé nessa vida
Acabam por sair com sida(dania)
Alterada abrem olhos porta fechada
[Refrão]
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
Papéis não encenados em atos improvisados
Cada bairro é uma cena nesta peça de teatro
Homens atarefados a contar ordenados
Para no final do dia ter a foto num retrato
Blocos was written by Buster alx.
Blocos was produced by Ruca.
Buster alx released Blocos on Sat Oct 19 2019.