[Letra de "Lisboa"]
[Verso 1]
Sim, há formas que deformam
E ao descer lisboa eu agarro no corrimão
E seguro, para a exaustão eu não corri não
Quando olhei pra ela eu vi que ela sorri tão
Bela é luxação no meu coração, pulsação, pousa tão serena na mão
Ceguei o perdão quando o erro eu desnudei
Ok, olha-te ao espelho e diz mudei
O mar não me traz imensidão, o vinho só me traz devassidão, adormeço e não consigo acordar para essa dimensão
Onde sonho inicia a conversa
Onde aos olhos húmidos eu levei secos tecidos
Ficaram humedecidos, comum decido os meus valores na mensagem
E louvores, são noite quente sem aragem
E sem ancoragem na coragem não cumpres feres
A tua integridade diz-me como tu preferes
Uma amarga verdade ou uma mentira açucarada?
Por vezes tou cheio de um grande nada, cheio de vazio e azia
Uma razia dei no bafio o cheiro que lá havia
Nesse teu velho baú onde tu guardas a maldade
Eu dou vida à nostalgia para matar a saudade
[Verso 2]
Doce madrugada, não é noite, não é dia
É transição esperada mas que já chega tardia
A paciência já ardia para esse teu rabujar tão cheio
Ouvir-te mais eu não podia, e o meu copo ainda só ia a meio
Eu não faço pela metade, sim, não é bom dizê-lo
Sei que desperta essa vontade de me aconchegar a roupa ao pêlo
Mente louca, posso sê-lo, mas manda-me o teu endereço
Que numa carta mais um selo, eu vou escrever-te o que penso
E será na doce madrugada, já com aquela dor de cabeça
Que quem permaneceu acordada, só à espera que amanheça
Para dar uma corrida, vê-la, como se disso dependesse a vida
Olha que eu já entrei de saída só para não ter viver na borda
Mas o que não mata engorda, e se muito enche, transborda
E se transborda, traz a maca, porque o que não engorda, mata
E nesse assim, assim complicado, morna água pouco salgada
É lá que eu desabo na poesia desta nossa tão doce madrugada
Lisboa was written by Francis Pierre.
Lisboa was produced by DJ Núcleo.
Francis Pierre released Lisboa on Mon Nov 22 2021.