[Refrão]
Sou um limpa-fundos
Peixe mais viscoso de todos os oceanos do mundo
Descanso no profundo, á espera do moribundo
E no canto mais obscuro faço o meu banquete imundo
E olha, que eu como muito
Sou um limpa-fundos
Peixe mais viscoso de todos os oceanos do mundo
Descanso no profundo, á espera do moribundo
E no canto mais obscuro faço o meu banquete imundo
E olha, que eu como muito
[Verso 1: Pestana]
Gosto de deslizar no visco sem aparente aparato
Calado como um rato no fundo a revolver substrato
Humm já comi melhor, mas também comi pior
Agora a merda é consistente
Já lhe sei o sabor de cor
No covil a mirar, mais uma feze que cai
Mas eu ando a comer tanto, será que esta também vai?
E de tanta merda comer, na merda fico preso
Onde é que já se viu um peixinho tão obeso?
Não existe outra opção
Aspiro toda a merda com o meu poder de sucção
Não tenho filtro nem antiséptico de salvação
Apenas um apetite imenso por qualquer escreção
(Guloso!)
E vocês, meus queridos, estão sempre pronto pra me alimentar
Basta abrir a boca e há banquete para degustar
E existe tanta merda que hoje vos consome
A expressão é verborreia
E eu com tanta fome!
Alimenta-me
Dá-me tudo o que ejectas
Frases recicladas dos teus falsos profetas
És a cópia defeituosa dumas cópias selectas
Tornas igual a ti tudo aquilo que infectas
Todos os peixes do oceano
Andam malucos com um som estranho
Nadam da mesma maneira, em fila, como um rebanho
Lavam na merda que o outro peixei vai deixando
Tentando assim ser o outro peixe que vai passando
(Não)
Deixem de isso
Há espaço para todos neste oceano
Para que não sejamos todos da mesma espécie
Mas por que diversidade é o que nos salva e eleva
Se quiseres continuar, eu continuo a comer merda
[Refrão]
Sou um limpa-fundos
Peixe mais viscoso de todos os oceanos do mundo
Descanso no profundo, á espera do moribundo
E no canto mais obscuro faço o meu banquete imundo
E olha, que eu como muito
Sou um limpa-fundos
Peixe mais viscoso de todos os oceanos do mundo
Descanso no profundo, á espera do moribundo
E no canto mais obscuro faço o meu banquete imundo
E olha, que eu como muito
[Verso 2: Geta]
Limpa-fundos, limpa o fundo a fundo
Desde coco do velho ao coco do miudo
E assim me afundo
Como um crente duma religião
A limpar o chão
Com movimento de aspiração
Limpo as escadas e o corrimão
A merda que sai da tua boca e do teu bojão
A tua falta de atenção é o meu preço a pagar
Andamos ca nós para quem se tá a cagar
Don limpo
Processo e escrutino
O que te mata matêm me vivo
E sigo pelo caminho mais sujo
Caminho que tu evitas porque está tudo turvo
Deu-me um susto e arrotei
Quase todas as doenças que conheço e sei
Espalhadas no meu organismo para evitar um sismo another day
A superfície é uma chatice
Há quem la viva a quem nem a pise
E rio me disse: eu riu-me disso
Se a foz já foi-se, imagina o deslize
Ohh shit
Mas a final o que é que aconteceu
Quem adormeceu
Quem limpa esta merda
Sou eu?
És tu ou deus?
Hmm bem me pareceu
Quisto era bom demais
Cancros letais já são normais
Curas para o desleixo?
O teu queixo
Nos teus genitais
Xiu xiu com os ai ai
Menos ais menos ais
Aqui comes a merda que te aparecer a frente e sais
Limpa-Fundos was written by Geta & João Pestana.
Limpa-Fundos was produced by Geta.
João Pestana & Geta released Limpa-Fundos on Sun Jan 03 2021.