[Verso 1: Risko]
Se posso, quero
O inferno é
Um paraíso com recinto fechado
Berro privado
E plateia de um palco cego lotado
Credo completo silêncio disperso
Como um olhar focado num pires
Onde pôr a utopia?
Ligar o forno e deixar queimar o meu sono
É fundo e eu não entendo a razão de fingir que não entendo
Sem tempo para sentir lamúrias do mundo
É bom mas o som do vinho trazem composições
Alinhas almofadas de apoio só para posições
Para me tapar com a preguiça sem tomar decisões
Que me cobiça e agarra mas porque eu deixo
Na verdade é que agrada o conforto pois não me queixo e deixo
A cura do amanhã no meio da roupa as voltas numa máquina tonta
Como desleixo em ficar no recreio depois do toque
Só que hip hop não se mete no bloco sozinho
Sei que enrolo mas se quero posso no spot com
[Refrão]
Hábitos são bons
Mas eu estou mal habituado
Não tou orientado a fazer o indicado
[Verso 2: João Pestana]
Se quero posso
Findar o stock
Puxa a garula e a Super Bock para veres a alma do negócio
Calma meu sócio há vida nas veias
E queimadas epopeias já não criam cefaleias
Se te dou a cabeça fizeste para que aconteça
Partiste os cornos em todas portas das aldeias
Deitaste ao domingo, acordaste na terça
Depois tiveste duas semanas sem aparecer em casa
Já vi este filme, a força do hábito
A força que te mantem provém do sistema linfático
Tens o bicho pra matar
Infeção pra expulsar
Algo em ti a rodar
Demônios a exorcizar
Mete-me a girar rápido
Antes que eu entre neste coma plácido
Transinosido por ácido
Numa caverna na Almada indomável
Em que eu como descartável
Durmo pouco e vivo ao máximo
A beber o tinto clássico
Já vesti o hábito e ficou-me bem
Ninguém gosto do que me fazia mas com ele sinto me alguém
A dominar a cidade que sempre fez de mim refém
Do cais ao Marquês, um charro mata, mas faz-me bem
Viagens ao além sem nunca sair daqui
Largar deambular foi mais difícil que fiz
Nunca andava direito sem, não curei a cicatriz
Mas agora habituei me e só vagueio por ai
[Refrão]
Hábitos são bons
Mas eu estou mal habituado
Não tou orientado a fazer o indicado
[Verso 3: Geta]
Nem sequer posso!
Mas o que posso faço
Por mais triste e chato
Que seja ser o culpado
Do meu próprio estado
Que tenho deixado andar
Pito uma rotina sem sequer vacilar
A questão é a qual me vai matar
Primeiro!
Acordo com a cara no cinzeiro
Segundo
Tento levantar me lá do fundo
Terceiro
Começo a andar pelo meio do mundo
E penso que lá no fundo
Devia partir este ciclo por inteiro
Queria tanto ser um sujeito ao qual respeito
Mas tenho mais direitos do que deveres
Direito a veres que só por mim
Fodia-me já aqui
A ti e a mim
Só porque não posso habituar-me ao que nunca tive
Sai daqui!
Hábitos que coagem dentro de mim
Como assim? Nem sequer percebi!
[Refrão]
Hábitos são bons
Mas eu estou mal habituado
Não tou orientado a fazer o indicado
Hábitos was written by Geta & Risko & João Pestana.
Hábitos was produced by Geta.
João Pestana & Geta released Hábitos on Mon Aug 02 2021.