Saudades de me sentir mais perto do suposto caminho certo
Antes do calor virar inferno e me cortar com os vidros do tecto
Eu oiço a voz da dama, como água da foz, que engana
E meto o pé na poça de lama, enquanto a fossa me chama
Só tenho o som que toca, o meu brother fritou a pipoca
Olho à volta e o que sobra é uma revolta que me sufoca
Já nada me importa até bater a bota
Bati a porta vou na rota da encosta mais torta
E eu espreito lá para baixo a ver o que o vento me diz
Que a adrenalina venha dar uma espécie de momento feliz
Eu sofro por mim, por ti e por todos
A angústia que eu tenho sentido é do tamanho dos sonhos
Na minha mente a remar para encontrar um lugar só para mim
Fechado no meu hangar, a olhar um lar que eu nunca escolhi
Na minha mente a remar para encontrar um lugar só para mim
Fechado no meu hangar, a olhar um lar que eu nunca escolhi
Deixa-me 'tar no meu canto, vires falar nem vale a pena
Gastei o gasóleo entretanto, deixei o meu carro na berma
Eu sigo a pé sem fé e a chuva molha-me a face
Sei que iria chorar bué se eu parasse e pensasse
Viajo na última classe, a tristeza vem mesmo que eu baze
E tentativas de criar laço reduzem-se a "se's" e um "quase"
Agora sou um perdedor, rebanho sem pastor
Dinheiro sem valor, poesia sem amor
Gastronomia sem sabor, paisagem sem cor
Uma pétala sem flor, sexo sem qualquer calor
Na minha mente a remar para encontrar um lugar só para mim
Fechado no meu hangar, a olhar um lar que eu nunca escolhi
Na minha mente a remar para encontrar um lugar só para mim
Fechado no meu hangar, a olhar um lar que eu nunca escolhi