Quem sabe o que é sofrer
Corre ou se disfarça
Resta se entregar
Um lastro de angústia nos separa
É um rastro que separa
Angústia e alegria
É a luz da madrugada
É o som da nostalgia
É o vento que me corta
É o vício que te vence
Teu sangue quente nobre
É refém da decadência
E o peito é bagunçado
O silêncio me consome
Já tive muitos sonhos
Hoje vivo pra morrer
O rio já não deságua
A carne é solitária
Já fui teu oceano
Hoje navego em desamor
E hoje eu sou um homem que conhece a própria morte
Que desfaz da própria origem em busca de coragem
Vivo baseado no passado, remoendo meu futuro
Às custas de tanta vaidade
Hoje eu sou um rei num trono frágil de penugem
Distorcendo outras vidas, envolto em piedade
Me escoro sob a sombra do passado
Relutando meu futuro, seja bem vindo jaz aqui tua liberdade