Fat Soldiers
Fat Soldiers
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Fat Soldiers
Fat Soldiers
Fat Soldiers
Fat Soldiers &
Fat Soldiers
Fat Soldiers & Kid MC
Fat Soldiers
Fat Soldiers
Fat Soldiers &
Fat Soldiers & RAF TAG
Berço de lata é sem sombra de dúvidas o oposto do berço de ouro, onde lamentavelmente as condições de existência para a vida denunciam a miséria gritante causada pelo poder arrogante dos afortunados que usurparam o poder dos desafortunados, no berço de lata a miséria é tangível e o desespero é grita...
[Intro: Timomy]
Hamm
Fat Soldiers Sobreviventes
Berço de Lata
Onde os condenados
São jogados a sua sorte
Isso é um pouco do que ocorre
No interior das muralhas
E das fronteiras dos guetos
Esse é o nosso berço. Até a vitória
[Verso 1: Timomy]
O chão é sujo
O tecto é de latão
A pia é uma latrina
As vezes lata as vezes chão
Comida é sempre a mesma
Não altera a refeição
Não é uma questão de gostos
É falta de opção
O sol é mais ardente
Bênçãos são selectivas
A morte é um visitante
Que reitera as suas visitas
Barriga não agradece
E a fome é invasiva
Lábios secos de fome
Imploram por alternativas
Construções sem padrões
De arquitectura
Pois o bairro parece-nos
Um cenário de guerra
As chances são poucas
Verdade seja dita
Postos médicos clandestinos
Médicos paraquedistas
HIV e fome
Paludismo e malária
Aumentam rendimentos
Das agências funerárias
Nem todos vão a escola
A escola não é pra todos
Putos olham pra paredes
Nas horas de almoços
[Outro:]
No município do Cazenga
A chuva causou estragos
Nos bairros da Vila da Mata e do Tala Hady
Várias casas ficaram inundadas
E muitas famílias
Quase dormiram ao relento
A circulação rodoviária
Também foi afectada
[Outro]
É lamentável
Tudo cheio d’agua
As pessoas nem conseguem até
Estar devidamente no óbito
[Verso 2: Soldier V]
É desoladora
A realidade suburbana
A gente a viver
Em condições desumanas
Vens cá visitar
Sairás com traumas
Pois aqui é normal
O convívio com ratazanas
Higiene aqui é precária
Escola adversária
Os putos abandonam
Pois não acham necessária
Preferem estar em copos
Rotina diária
E sobrevivem poucos
Dentro dessa selva urbana
Cenário aqui é hostil, triste, vil
E tende a piorar
Com o novo preço do barril
Estradas viram rios
Quando chove aqui na banda
Aqui encontras tios
De 50 com a mama
Gravidez precoce
Aqui é outro drama
Saneamento básico
Yah… Nosso karma
Isso é música de lama
Não dá pra serenata
Eu represento o povo
Que vem do berço de lata. Ni**a
[Outro]
Os problemas não ficam por aí
Andando pelo bairro
Podemos notar que
Os moradores são obrigados
A percorrer uma longa
Distancia a procura d’agua
Porque têm apenas
Esse fontenário
Que abastece
Boa parte do bairro
[Outro]
Hoje eu foi cartar água
Aí no fontenário
Ainda o corpo está bem pesado
Eu com esse idade
Não dá pra cartar água
Aí bem longe
[Verso 3: M.P]
Senhor governador
A vida aqui não é leve
Ela chega a ser mais f**a
Que o cinismo que te move
O berço é melindroso
É triste é perigoso
É Fodid* é complicado
Como na pedreira um roço
A vida aqui não é doce
Como estica ou caramelo
Poucos gozam boa saúde
O Mijo é amarelo
Não se vive tranquilo
A cena é porca como um ralo
As situações obrigam a acordar
Mais cedo que um galo
Só há três opções
Se não fores com calma
Loucura ou cadeia
Ou cemitério Camama
Sabulas os planos bro
Acabas lambido
Porque o biva é 6 por 4
E as paredes têm ouvidos
Não há ordem nem progresso
Cá tudo tem um preço
O pesadelo de todos
Chama-se fundo do poço
Fumo, skinny jeans
Frituras no cabelo
Demonstram que esses putos
Estão cada vez mais boelos
[Outro]
Administrador
Tem que fazer tudo por tudo
Pra fazer também trabalho
Tá vê? pra manda os trabalhadores
Pra fazer os seus trabalhos
Se tem maquina aqui
Não é só pra embelezar a administração
Hein, á pra trabalhar
Onde esta a água, o quê?
Tem que se tapar tudo
Berço De Lata was written by Fat Soldiers.
Berço De Lata was produced by Cazar Beatz.
Fat Soldiers released Berço De Lata on Tue Apr 14 2015.
O grupo trouxe nesta faixa a fotografia nítida e crítica de uma Angola real onde os bairros parecem desgovernados e abandonados e as pessoas são reduzidas a nada, dependentes da conveniência improvável dos homens no topo da cadeia alimentar.