Escuro, eu tô longe da vida
Vou furar bem mais fundo da ferida
Toda causa se encontra perdida
Eu não sei quem eu sou
Corroendo tudo o que eu toco
Nada mais do que eu acreditava vale
Faço questão de furar meus olhos
Sem matéria militia, então rasgue
Filho da puta, onde cê quis que parasse com isso?
Então cala a boca, que a matéria apodrece e se define
Odeie a vida, odeie a vida
Tudo que respirava vai se apodrecer lentamente, que então se definhe
Me torno ômega e queimo
Não deixo rastro
Seu corpo no mato
Enterro em pé porque resta espaço
Todos perdidos no vácuo
Moscas em volta da luz sem saber por que estão lá
Álcool e fósforo queima e carboniza a alma tão forte que resta poeira
Você não sabe meu nome, não
Você não sabe meu nome, não
Nem onde eu venho, minha cova da morte
Sangue pingando, eu já sinto fome
Quanto mais cê sofrer, cê morre
Queimo sua casa, seu carro, não fode
Derrubo tudo que te dá suporte
Juro que você vai saber o meu nome
Nada dessa merda mais me interessa, nenhuma palavra vindo de você
Minha antimatéria — nem se eu morresse, eu poderia pensar em me esquecer
A dor é certa mesmo se morrer
Até socorrer e apodrecer
Eu nunca me importei com você
Eu nunca me importei com você
Quê que cê quer que eu faça nessa porra?
Como se o problema fosse meu
O que cê faz ou deixa de fazer nessa vida de bosta é problema seu
Quem foi que disse que o problema é meu? Quem foi que disse?
Quem foi que disse que o problema é meu? Quem?