Água à Dentro

[Verso 1]
Tipo Goku Castelhano, esse Rap é Onda Vital
Segura a energia, mi hermano
Cheguei tipo Flecha no hall
Nem deu tempo pro “tchau”
Pra nem dar tempo de contar mentiras e tal
“Homem que presta” é meu pau
Tu se garante mesmo? Uau
Sei bem, índole sazonal
Termina essa vodka e mostra o teu mal
Eu quero ver teu mal
De baixo de qual dos tapetes tu esconde a sujeira moral?
Qual? Qual? Qual? Qual?
Tira a touca, já são mais de três
Quando bate feito Figeroa a angústia vem
Quando bate na porta de goma o medo vem
Tu nunca olhou pra dentro e me enganou tão bem
Mas que porra é essa? Eu juro que não sei
Nem se olhou direito, mas mentiu tão bem
Eu morro de medo de me corromper
Caso isso aconteça me mate, bebê

[Verso 2]
Mas como eu ia dizendo
Esse Rap é onda vital
Segurem o Filho do Gelo
Alquimista chamando no grau
Até posso manipular a matéria
Mesmo com essa pressão na traqueia
É tão estranho respirar com ela
Com pouco ar a vista é bem mais bela
Eu já apaguei a vela de 7 anos
Tem uns dias que me livrei de todos os planos
Só de ver a criançada estocando panos
Pra passar óleo de peroba na cara desses malandros
Não, não
Que eu escape dessa maldição
Virar um filho da puta desprovido de emoção
Não
Minha mãe não merece essa frustração, jão
Ainda bem que eu não tive nenhum irmão

[Verso 3]
Mas como eu ia dizendo
Esse Rap é onda vital
Guarda pra tu o papo de talento
É espelho da vida real
E nem um de vocês é real, mano
Nem um de vocês é real
Nem um de vocês é real
Às vezes nem eu sou real
Real muito além do banal
Foda-se começo e final
Jornada intrapessoal
Sei como soa surreal
Mas é a única trilha real

(Cês tem corpos no armário, mas não tem cadeado
Todos têm corpos no armário, todos têm corpos no armário)