[Verso 1]
Vim ter àquele sítio que te propus
Onde chegaste e ficaste interessado em saber o que me conduz
Animais no meu capuz
Que eu tapo a cabeça com o casaco
Mas recebo logo da outra luz
Tenho a minha aventura e a minha cruz no mesmo sítio
Passeio com os meus pensamentos
E levo-os todos ao princípio
Instalo e desinstalo os fundamentos
Para alargar os argumentos
Não fico só nos meus momentos
É mais que um exercício
Resumem-sе palavras à prática de um ofício
E eu desuni tantas calmas
Construí uma sala dе convívio
Onde a minha alma pode sediar-se
Ter tudo com ou sem seriedade
Pode ser só leve e dar-se
Ou pode ser breve e como quem não teme
Preferir estar só
Parece diminutiva esta definição
Parece que estou aqui sentada a escrever só com uma mão
Mas não
Estou a enfrentar a minha anulação
Sem nenhuma distorção
Para uma vida sem desculpas
Inteira à procura de inspiração
[Refrão]
Chamam-lhe mente criativa, mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspectiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Chamam-lhe mente criativa, mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspectiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
[Verso 2]
Queres saber como me recompus
Eu cheguei a casa, tomei um bom duche
Liguei o candeeiro, escolhi um tom escuro
Abri a despensa, comi um pacote de cajus
É uma ressaca de tabus
Coisas de que ninguém fala
A minha virtude é um processo
Mas priorizo sempre o esforço
Tenho vontade de dizer tudo
Mas páro primeiro para o almoço
Se não perco-me no futuro
Quando só importa aquilo que eu sei hoje
Pousa aí o teu casaco
Temos tanto para pôr em dia, vem comigo à sala ao lado
Não sei em que tens pensado
Mas tenho desconfiado
Que tudo o que já vivemos
Pode estar relacionado
[Refrão]
Chamam-lhe mente criativa, mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspectiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Chamam-lhe mente criativa, mas tudo o que eu digo existe
Eu só consigo ter uma perspectiva porque é um problema que persiste
Se eu dormisse, sem nunca tirar do corpo esta mania
Sem uma mão que me traduzisse
Eu não sei o que faria
Animais was written by Rita Vian.
Animais was produced by Rita Vian & João Maia Ferreira.