[Verso 1]
Desta paixão utópica
Há uma invasão [?] da ótica
Periodicamente
Mulher metafórica, insólita e crónica
Ganha vida melodicamente
Conheço ao tempo, já não me lembro
De ser eu sem que seja o mesmo
Amei-a mesmo sem contacto físico
E química [?] alquimia do espírito
Dou-lhe tudo o que acumulo
Desde o berço ao túmulo
Chegando ao cúmulo de fechar-me para o mundo
Abrir-me a fundo, dar-me até me sentir defunto
Conheci-a sem interesseiros
Em segundos senti os primeiros
E [?] romance para que rumasse
Ao seu encontro e arrumasse
Meu íntimo pronto [?]
E não sou cobarde quando me invade
[?] companheira de idades
Confia-lhe com segurança as verdades
Que o meu sonho é ser guarda
As vontades [?] aguarda tornar realidade
Para mim isso é grave, anjo da guarda
Sinto que é a altura indicada
De assumirmos as convivências
E mostrarmos as consequências
De um amor verdadeiro
Dar o primeiro filho e chamar-lhe RetiEssências
Filho, o meu mais que tudo
Chamares-me pai é o que mais me orgulho
[?] em cada canto meu
Tens o melhor de mim em cada canto teu
Sem berço de ouro nem prata
Jóia valiosa, matéria barata
A história de amor mais intacta
Que [?] constata
Estudei para termos rendimento
E não [?] sem [?] sustento
Eles podem ter melhor capa, mas por dentro
Não teriam metade do teu talento
Podem ser procurados, conhecidos
Em todas as casas noturnas
Por muito amor que lhes deu
Dava tudo pelo amor que tens das ruas
Sangue, lágrimas, suor de um povo
Gaia, Porto, [?] teu corpo
Erguer de um culto
Em que o guerreiro partilha os triunfos com o público
A imagem metaforizada
Em palavras de uma mensagem
Se eles não te valorizarem, perdoa-os
[filho?] ele sabe o que fazem
És a poligamia
Que pinta a paisagem cinzenta
A verdade em tom de fantasia
Que o meu sonho de criança ostenta
Brilha! com o teu brilho mesmo que não sejas um bestseller
O sol gerou as riquezas da terra
Nenhum homem comprou essa estrela
Sucesso e talento, não é sinónimo
Por muitas voltas que tu dês
Filho pródigo volta sempre a casa
Gaia, 4400 teu código
Vive, torna-te um mito
A missão é ver-te crescido
Se tivesses noção do quão trabalhei e suei para te ter concebido
És um filho da puta
Super-homem para quem te escuta
A banda sonora da vida
De quem acredita em si próprio
Parte à luta
A luz dentro de mim
Em ti descoberta para o mundo
Depois de eu ter descoberto tudo
Aquilo que eu sou no fundo
Messias de esquina
Semente germina
Traquina onde o céu ilumina
Traqueia que sopra
Cordas vocais
E só para quando acorda no cais
Adormecido, [?] marginais
Afogado de bandidos
Registo reais, registo pressentidos
Assaltante de almas
Sem armas a invadir ouvidos
Quando o perímetro envolve tocarem-te
E tocares alguém no fundo
Ganhas vida nesse momento
Nesse instante, nesse segundo
[Refrão]
Filho, dou-te ao mundo
Mundo, toma o meu filho
A minha vida, o meu tudo
Meu berço, meu [túmulo?]
Filho, dou-te ao mundo
Mundo, toma o meu filho
A minha vida, o meu tudo
Meu berço, meu [túmulo?]