Opiário

[Letra de "Opiário"]

[Intro]
“É antes do ópio que a minh’alma é doente
Sentir a vida convalesce e estiola
E eu vou buscar ao ópio que consola
Um Oriente ao oriente do Oriente

Esta vida de bordo há-de matar-me
São dias só de febre na cabeça
E, por mais que procure até que adoeça
Já não encontro a mola pra adaptar-me.”

[Verso]
Um Oriente ao oriente do Oriente
O mundo é tão pequenino pra tanta gente
Estou consciente quе a mensagem está doеnte e que trigo e semente tem sido distribuído de forma diferente
O desequilíbrio é a única constante presente
Muitos com pouco e poucos com tanto de tanta gente
Dizem que eu estou louco, então fico louco p'ra sempre
Ainda estou a tempo de juntar em palavras um pensamento
Mas no momento em que não esteja
Alguém que veja como está (como está?)
O desequilíbrio vai manter-se, até que o fim chegará

Uns com mais outros com menos
Uns com tudo outros com medos
Uns com mais outros com menos
Uns com tudo outros com medos

E os dedos? Vou sempre esfrega-los na ferida
Mesmo que não os desinfete
Mesmo que o que eu diga
Fique na mente reflete
Leste na net? Eu ponho a bola no 7
A cortar peças de canivete com cara de frete
Fugir do medo já não é nenhum segredo
E mesmo assim eu cedo
E mesmo assim eu cedo

Tens medo do quê?
Pergunta o Uno e eu assumo
Só tenho medo de ser um produto que eu não consumo
Ser um fruto da planta do sono em que adormeci ou estar consciente e por isso distante de ti
Rappers que dão o sumo natural que consumi
Esses mesmos que me inspiraram a estar aqui
Nem todos estão verificados alguns nem BI
Outros nem estive com eles e sinto que já os conheci
Pelo que li pelo que escutei pelo que senti
Eu temo que sem ti
O ópio é o produto que nunca concebi