Bodoque

[Intro]
Èsù ye
Laróyè
Èsù ye
Laróyè

[Refrão]
Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

[Verso 1]
Meu irmão, ainda me lembro
Da primeira vez que eu pisei num ilê
Seu Chico Diabo com todo carinho
Dizendo que eu tinha muito pra aprender
A literatura da alma
Os olhos físicos não conseguem ler
Então feche os olhos e escute o tambor
Sinta a vibração pra você entender
O que cada entidade tem pra te dizer
O que a energia de cada falante
Que desce na Terra tem pra oferecer
Como a axé de cada Orixá atravessa você
Como a interação com o seu ancestral
Impulsiona a tua alma a se fortalecer
Pra se desenvolver é escuta atenta
Muita paciência e consideração
Com conhecimento que a voz do mais velho
Vai deixando vivo a cada geração
É quando a razão não consegue dar conta
De um fio de contas que traz proteção
A nossa mandinga é tecnologia
É Ciência emantada em forma de oração

[Refrão]
Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

[Verso 2]
Mais que trabalho formoso
Mais que curimba bonita
Mais que energia boa
Mas tem quem desacredita
Tu respeita o meu sagrado
Que eu suporto teu amém
Quem é das macumba não perde a conduta
E não cruza pro mal o camin' de ninguém

Tira essas miçanga aí do seu pescoço
Não vem chamar de guia os seus adereço
Não vem pagar daquilo que você não é
Não sei que te enganou, milagres não têm preço
Sou filho de quem tá aqui desd’o começo
De quem acompanhou teu povo fazer merda
Orgulho da resistência é o que meu povo tem
Vergonha do passado é o que teu povo herda

Caminha melhor o povo que tem
Fundamentada toda tua missão
Em valores onde a dignidade humana
É ponto crucial para a evolução
Lente que amplifica a cosmovisão
Do indivíduo e sua relação com o todo
E com quem tenta negociar nossa fé
A cabeça num prato faz parte do acordo
Faz parte, faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte, faz parte do acordo
Faz parte, faz parte do acordo

[Refrão]
Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Acerta o inimigo e derruba a maldade
Que possa surgir de qualquer direção

Minha fé é meu bodoque
Minha poesia, minha munição
Disparo e acerta no peito da alma
De quem se aproxima na má intenção

[Saída]
Ògún yè
Ògún yè
Pàtàkí orí Órísá