[Verso 1]
Às vezes dou por mim a pensar
Será possível, sempre ouvi falar em mudar
Não é credível
Nunca teve data a anunciar
Sou um rabisco de um projeto
Que para começar já estava em risco
Como é que faço para explicar ao meu rebento
Que agora só resta continuar para ter sustento
A vida não deu resposta, e eu precisava de mais uma
Sistema central novo e reforço na coluna
Desta vez com nervos de aço
Não viver a procurá-los
Quanto mais se sai à busca
Mais a vida larga estalos
De fracos não reza a história
Estou destinado ao tormento
Pois sei que são demónios que fazem o meu julgamento
[Refrão]
Muita dor no meu vinho
Perdi o amor
No caminho
Não dei razão ao rogo
Ao chão donde brota a flor
Muita dor
Muita dor no meu vinho
[Verso 2]
Queimo a cabeça
A engendrar esquemas para que arrefeça
Era tão bom de ter felicidade sempre à mesa
Era tão bom poder virar as costas à tristeza
Saber onde esconder
Até poder ter a certeza
Ir sem pressa de querer chegar a nenhum lado
Caminhar o meu tempo sem me sentir atrasado
Mergulhar neste mundo sem um ar desconfiado
Poder de vir à tona
Ser direito consagrado
Não ser fado, nem balada, nem lamento
Não haver 1 por cento, para 99 em sofrimento
Certeza que o padeiro vai cozer um pão para mim
Tão certo como a noite e o dia chegam ao fim
[Refrão]
Muita dor no meu vinho
Perdi o amor
No caminho
Não dei razão ao rogo
Ao chão donde brota a flor
Muita dor
Muita dor no meu vinho